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Sabotagem? Campos Neto não abaixa os juros e mantém Selic em 13,75%

22 de junho de 2023

Direção do BC joga contra a retomada econômica e despreza anseio da sociedade, otimismo do mercado, crescimento do PIB e redução inflacionária

Os protestos nacionais dos trabalhadores organizados pelas centrais sindicais irão continuar até a taxa de juros diminuir. O Banco Central, que deveria ser autônomo, foi tomado pelo mercado financeiro e os banqueiros, os únicos que lucram com a maior taxa de juros do mundo.

Mercado ganancioso utiliza o BC

Não importa o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) – acima do esperado por especialistas – e os apelos de economistas, industriais e lojistas, além da redução inflacionária ou a redução da inflação. O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, comandado pelo presidente da instituição, Roberto Campos Neto, não reduziu os juros nesta quarta-feira (21), mantendo a Selic nas alturas, em 13,75%.

Autonomia do BC é lei do governo anterior para satisfazer bancos

“Nada como colocar a raposa para cuidar do galinheiro”, diz um ditado. No caso do Brasil, o galinheiro é dos ovos de ouro. Foi o que aconteceu no governo de Jair Bolsonaro, junto com seu ministro da Economia e banqueiro, Paulo Guedes, propuseram e sancionaram a Lei Complementar 179/2021, que estabelece a autonomia do Banco Central.

“De lá para cá a taxa de juros não parou mais de subir, em 2021 era de 2%, hoje são 13,75. São juros que estão inseridos nos títulos da dívida pública pagas pelo cofres públicos, com nossos impostos, para os bancos e os rentistas. Dinheiro que poderia ser investido na produção e na abertura de novas vagas de trabalho”, alerta Eneida koury, secretária de Finanças do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.

Perigo do BC autônomo

“Tornar o Banco Central ‘autônomo’, imune à interferência de qualquer ministério ou órgão público, amplia e torna definitiva a captura da política monetária do país pelo setor financeiro privado, colocando em grave risco a soberania financeira e monetária do país, com sérios danos às finanças públicas, à economia e a toda a sociedade”, segundo Maria Lucia Fattorelli, que é coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida (ACD).

Ninguém aguenta mais

O povo e empresários do setor produtivo, como indústria e varejo, já perderam há muito tempo a paciência com a direção “autônoma” do Banco Central. Não houve sequer sinalização de Campos Neto – que no relatório da instituição pediu “paciência e serenidade” – de redução para a próxima reunião do Copom, em agosto.

Maiores juros do mundo

O Brasil possui os mais altos juros do mundo. O Itaú, por exemplo, cobra 377% de juros ao ano na renegociação rotativa do cartão de crédito e há financeiras que chegam aos espantosos 1.500% ao ano. O resultado não poderia ser outro: 62 milhões de brasileiros negativados no SPC, 78% das famílias endividadas, empresas penduradas e metade dos impostos pagos pelos contribuintes acabam sendo usados para pagamento da rolagem dos juros da dívida pública aos bancos.  Só o sistema financeiro e os especuladores ganham.

Decisão vergonhosa

Integrantes do governo, inclusive da equipe econômica, consideram o comunicado da atual direção do BC uma “sabotagem” e “uma vergonha”.

A expressão “sabotagem” e os pedidos de renúncia de Campos Neto pautaram as manifestações realizadas pelos movimentos sindical e social na terça-feira (20).

Destoando da realidade

Para Campos Neto e oito diretores do BC, no entanto, a conjuntura atual é de um “processo mais lento de redução de preços” e expectativas de inflação ainda “desancoradas”, ou seja, distante do cenário considerado ideal para o nível de preços. A avaliação destoa completamente da realidade de sinais de queda inflacionária, aumento do PIB (Produto Interno Bruto) acima do esperado por especialistas e da própria expectativa do mercado.

“O Comitê avalia que a conjuntura demanda “paciência e serenidade” na condução da política monetária e relembra que os passos futuros da política monetária dependerão da evolução da dinâmica inflacionária”, pontua o relatório do Copom para tentar explicar o inexplicável.

Contrariando a visão pessimista do BC, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) alterou de “estável” para “positiva” a perspectiva da economia brasileira. A empresa de consultoria divulgou na quarta-feira passada (14) que desde 2019 não ocorria uma melhora na classificação de risco no país, tendo o índice estagnado nos quatro anos do governo anterior.

Fugindo dos juros

Apesar da medida do governo federal de incentivo de R$500 milhões terem triplicado o movimento nas concessionárias e elevado as vendas, desencalhando o estoque das montadoras, um fato inusitado ocorreu, segundo lojistas: o número de carros comprados à vista foi bem maior do que o de costume. A razão é muito simples. A classe média que tinha uma reserva financeira decidiu comprar à vista aproveitando a redução nos preços dos veículos e muitos fogem do financiamento, uma verdadeira agiotagem bancária, por causa dos altos juros, o que impediu muito mais gente de comprar o tão sonhado carro zero.  

Inflação em queda

Para justificar a defesa da queda nos juros, o governo aponta para fatores como o impacto positivo do arcabouço fiscal nas expectativas de inflação, a perspectiva de controle das contas públicas, e os sinais de arrefecimento no nível de preços ao consumidor. A inflação medida pelo IBGE está em 3,94% nos últimos 12 meses até maio e, neste cenário, fica dentro do intervalo de metas para 2023, que vai de 3,25% a 4,75%.

Industriais também criticam

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também criticou a decisão do BC em nota publicada logo após a decisão do Copom. “A manutenção dos juros atual no patamar de 13,75% ao ano está além do necessário”, diz o documento dos industriais. Esta é a sétima vez seguida que a Selic é mantida no mesmo índice.

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, disse nesta terça-feira (20) à imprensa, que “não há nenhuma atividade econômica que possa pagar os juros cobrados hoje” no país. O industrial criticou o custo do crédito e pediu ao BC “uma outra visão da economia brasileira”, numa clara crítica à atual gestão de Campos Neto a frente da instituição.

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