Hoje acontece a oitava rodada da Campanha Salarial 2018, que só acaba com proposta ou impasse.
Com a divulgação do balanço da Caixa Federal, na segunda-feira (20), está consolidado o vertiginoso crescimento das cinco maiores instituições financeiras do Brasil, que compõem a mesa de negociação com o Comando Nacional dos Bancários representando a federação dos bancos (Fenaban).
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No primeiro semestre deste ano, Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander já ganharam R$ 41,9 bilhões, alta de 17,8% se comparado ao mesmo período de 2017. Os ativos dessas instituições, somados, bateram a casa dos R$ 6,2 trilhões no semestre. Um montante que supera, em muito, orçamentos como da Saúde (R$ 114,8 bi) e da Educação (R$ 109 bi) no Brasil para todo o ano de 2017.
Nesta terça-feira (21), será realizada a oitava rodada de negociação da Campanha Nacional Unificada 2018. E o compromisso assumido na sexta-feira 18 é que a reunião só será encerrada com uma proposta a ser apresentada aos trabalhadores ou um impasse. Ambas as situações serão apreciadas pelos bancários, em assembleias por todo o Brasil, para deliberar os rumos da campanha.
Sejam quais forem os indicadores escolhidos – lucro, ganhos com tarifas, ativos, rentabilidade –, os dados dos balanços do primeiro semestre de 2018 reforçam os de outros anos: crescimento do resultado dos bancos. E os bancários cobram sua parte em justas reivindicações como aumento acima da inflação, PLR maior, respeito aos empregos e aos direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Os bancos podem atender.
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Nas primeiras rodadas de negociação, os negociadores da Fenaban disseram não haver necessidade de assinar a ultratividade (extensão da validade dos direitos até a assinatura de um novo acordo) porque a campanha seria encerrada antes da data base da categoria, 1º de setembro. Assim, voltaremos para a rodada desta terça-feira na expectativa de que a federação dos bancos cumpra o compromisso assumido e apresente uma proposta que possa ser levada aos bancários.
Essa proposta, além de conter índice de reposição total da inflação mais reajuste salarial acima destes indicadores econômicos, tem de trazer solução para outras demandas fundamentais para categoria. O setor está em excelente saúde financeira, não tem por que demitir. O movimento sindical quer garantia de que os empregos bancários não serão trocados por terceirizados, intermitentes, temporários, autônomos conforme a lei trabalhista pós-golpe admite. Além disso, melhores condições de trabalho com o fim do assédio moral e das cobranças por metas; promoção da igualdade de oportunidades independente de raça, gênero, orientação sexual.
Acordos específicos dos bancos públicos
Banco do Brasil e Caixa Federal também realizarão negociações dos acordos específicos, após concluídas as da Fenaban. Existem questões centrais para os trabalhadores dos bancos públicos que precisam ser resolvidas, como os altos valores cobrados pelo Saúde Caixa, a PLR Social, os ciclos avaliatórios no BB.
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Crédito: Fernando Diegues
Fonte: Contraf