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Selic cai para 10,75%, mas ainda prejudica desempenho da economia

21 de março de 2024

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), reduziu nesta quarta-feira (20) a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic), que passa de 11,25% para 10,75% ao ano.

A entidade anunciou também que manterá o ritmo de cortes nos próximos encontros. O que significa que o Brasil pode chegar com um índice abaixo de um dígito na reunião de junho deste ano.

“Entretanto, não temos que comemorar nada, porque ao diminuir a conta gotas a taxa Selic, o Banco Central prejudica a ampliação da economia, abertura de mais postos de emprego e a alta dos salários dos trabalhadores; para distribuir lucros pelos juros altos cobrados da dívida pública pelos banqueiros e dividendos aos investidores do especulativo mercado financeiro”, avalia Eneida koury, secretária de Finanças do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e bancária do BB.


Dieese diz que poderia acelerar a diminuição

O economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Gustavo Cavarzan, explica que o Copom tem espaço para acelerar os cortes da taxa básica de juros.

“O Brasil vem registrando queda no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desde o ano passado. Então, não justifica a manutenção de uma Selic que, descontada a inflação, mantém o país com uma das maiores taxas de juros reais do mundo e que, por consequência, torna caro produzir no Brasil, investir na expansão de empresas e de negócios e, assim, desestimula a criação de empregos de qualidade”, explica.

Entre fevereiro de 2023 e fevereiro de 2024, o IPCA caiu de 5,6% para 4,5%, percentual dentro do limite superior da meta de inflação para este ano (4,5%). O quadro do índice medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fica mais positivo quando excluídos os preços sujeitos a choques temporários (a exemplo das commodities, alimentos e combustíveis) que, no acumulado dos 12 meses, até fevereiro passado, ficou em 3,88%.

Além de impactar no crescimento do país, por tornar mais caro os custos com crédito, a Selic também é responsável por aumentar os gastos do governo Federal com os títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional, por ser o principal índice usado nessas negociações – em 2023, foram R$ 719 bilhões gastos pela União, com os juros da dívida.


Entenda o trâmite da Selic

– O Copom, entidade do BC, se reúne por dois dias, a cada 45 dias, para definir a taxa básica de juros do país, chamada Selic. O próximo encontro será nos dias 7 e 8 de maio.

– A Selic mais alta aumenta o custo de vida do trabalhador, os empréstimos para pessoa física e empresas e a dívida do Estado.

– Os principais beneficiados com a Selic elevada são os detentores dos títulos da dívida pública. Atualmente, as instituições financeiras são as maiores detentoras de títulos federais.

– Diante do quadro, movimentos sociais, incluindo o movimento sindical, realizam desde o início de 2023 manifestações e campanhas com a hashtag #JurosBaixosJá.

– A Selic passou de 2% ao ano, em janeiro de 2021, para 13,75% em agosto de 2022 – nível mantido até agosto de 2023 quando, finalmente, o Copom deu início a um ciclo de cortes de 0,50 ponto percentual a cada encontro.

– No comunicado da última reunião, realizada entre 19 e 20 de março, o Copom indicou que continuará com a tendência de corte. Com isso, a Selic deve chegar a menos de um dígito (abaixo dos 10%) no meio do ano.

– Os argumentos utilizados pelo Copom para manter a Selic elevada é o risco de elevação de juros no país, por conta do aquecimento econômico. Entretanto, o país segue registrando índices de preços sob controle e abaixo da meta estipulada pelo próprio Banco Central.

– Economistas de tendência desenvolvimentista avaliam que uma taxa básica de juros razoável deveria, pelo menos, estar no patamar de um dígito, para que o Brasil deixe de ter uma das maiores taxas de juro real (que é o resultado da Selic menos a inflação) do mundo.

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