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Movimento sindical faz avaliação anual e define diretrizes para 2025 sobre a saúde do bancário

2 de dezembro de 2024

O Coletivo Nacional de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Ramo Financeiro (Contraf) se reuniu dias 26 e 27, na capital de São Paulo, para fazer um balanço sobre o cenário da saúde do trabalho na categoria em nível nacional e os desafios para enfrentar a elevação do adoecimento dos bancários. 

O problema está diretamente relacionado ao aumento da competição entre funcionários para o atingirem metas. 

Cresce o adoecimento 

A Consulta Nacional aos Bancários, realizada com cerca de 47 mil respondentes neste ano em todo o país, apontou que 67% convivem com preocupação constante com o trabalho; 60% cansaço e fadiga; 53% desmotivação e vontade de não ir trabalhar; e 47% com crises de ansiedade ou pânico.

Auditora fiscal

A auditora fiscal do Ministério do Trabalho Geovania Motroni participou do encontro e apresentou os resultados da Ação Especial Setorial (AES), realizada pela entidade pública nos estabelecimentos bancários do estado do Rio de Janeiro.

“A AES realiza inspeções nos bancos e representa um modelo estratégico, com abordagem diferenciada e proativa, que utiliza o diálogo social numa atuação de forma coletiva para a prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, bem como para o saneamento de irregularidades trabalhistas, com o objetivo maior de promover o trabalho decente”, explicou a auditora, informando que, de 75 ações fiscais no estado do Rio de Janeiro foram gerados 293 autos de infração, dados que confirmam que os bancos desrespeitam a legislação do país. 

Transtornos mentais 

A coordenadora do Laboratório de Estudos sobre Saúde e Trabalho (ESTER) da Unicamp e médica especializada em saúde do trabalho, Márcia Cristina Bandini, pontuou durante o encontro que o cenário de transtornos mentais e suicídios relacionados ao trabalho seguem preocupantes. 

A médica enfatizou ainda a importância da participação do movimento sindical para a continuidade das pesquisas, cujos resultados são fundamentais para a construção de medidas para promover o trabalho decente e saudável.

Atuação governamental 

A doutora em Saúde Pública pela USP, Maria Maeno, ressaltou que “é preciso colocar a Saúde do Trabalho no coração dos governos federal, estaduais e municipais, como acontece com os temas direito à segurança alimentar e nutricional”. Tendo atuado como médica da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Maeno reconheceu que o debate sobre a saúde dos trabalhadores no setor público, especialmente sobre a necessidade de políticas específicas ao tema, ainda é incipiente no setor público.

Avaliação em 2024

Os representantes de bancários e bancárias de todo o país, no Coletivo Nacional de Saúde, identificaram problemas graves nos bancos contra a saúde dos trabalhadores.

Os sindicalistas apontaram que o número de denúncias de pressão e assédio moral em função de metas desumanas está cada vez maior.

O medo de demissão também é grande. “Por isso é importante que as bancárias e bancários se filiem ao Sindicato, em sua própria defesa e para fortalecer a entidade e no combate ao problema gravíssimo”, pontua Elcio Quinta, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região. 

Os dirigentes sindicais foram unânimes em afirmar que os programas internos de prevenção às doenças no trabalho são absolutamente insuficientes. 

A conclusão do coletivo é que os bancos seguem descumprindo as normas de saúde e cláusulas sobre o tema na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT)

Diretrizes para 2025

Confira abaixo as diretrizes do Coletivo Nacional de Saúde da categoria para o próximo ano: 

– Vigilância permanente nos ambientes de trabalho.

– Negociação permanente – Mesa de Saúde e Comissões de Organização dos Empregados (COEs) concomitante com mobilizações.

– Fiscalizar cumprimento CCT/ACT/Legislação/Previdência.

– Formação para ação: Estudar CCT/ACT; Normas Regulamentadoras; SUS.

– Estudos e pesquisas sobre impacto da gestão e da organização do trabalho na saúde dos bancários.

– Campanhas – Nova fase do “Menos metas, mais Saúde”.

– Dialogar com bancários sobre sua saúde e condições de trabalho, buscando elevar a consciência sobre a relação das políticas e práticas da gestão e o sofrimento/adoecimento.

– Ação junto às instituições responsáveis de promover saúde e fiscalizar os locais de trabalho (Ministério do Trabalho; Saúde; Previdência; Assistência social; Direitos Humanos; MPT; parlamento etc.).

Lutar para estipular: a) Metas coletivas alcançáveis; b) Sem alteração das regras durante o exercício de apuração; c) Metas de acordo com a realidade e porte de cada agência; d) Aumento da pontuação mínima em caso de fechamento da agência ou afastamentos por acidente, doença ou licenças; e) Sem cobrança de metas durante as férias; entre outras questões.

Imprensa SeebRio – com informações da Contraf e edição da Comunicação do SEEB de Santos e Região

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