Banco espanhol teve lucro de R$ 7,52 bilhões no 1º semestre de 2025, mas eliminou mais de 1.100 postos de trabalho no Brasil no mesmo período
O Banco Santander lucrou R$ 7,520 bilhões no Brasil no primeiro semestre de 2025, um crescimento de 18,4% em relação ao mesmo período de 2024. Apesar do desempenho positivo, o banco eliminou 1.173 postos de trabalho nos últimos 12 meses — sendo 1.385 somente no 2º trimestre deste ano — e fechou 561 pontos de atendimento, o que escancara a contradição entre os ganhos crescentes e o desmonte da estrutura física e humana.
No trimestre, o lucro líquido gerencial caiu 5,2%, passando de R$ 3,861 bilhões nos primeiros três meses do ano para R$ 3,659 bilhões no segundo trimestre. O retorno sobre o patrimônio (ROE) anualizado ficou em 16,4%, com acréscimo de 0,9 ponto percentual em 12 meses.
“Continuamos na defesa do emprego bancário, por melhorias nas condições de trabalho, contra as metas e mais contratações. Para o fortalecer essa mobilização e a luta precisamos do apoio e da filiação dos colegas ao Sindicato. Temos que combater esse sistema gerencial de assédio e rankings imposto pelo banco, para obter esse lucro por meio de metas impossíveis, sobrecarga de trabalho e demissões. Em outros países o tratamento é mais digno com os trabalhadores do Santander”, ressalta Fabiano Couto, secretário de Comunicação do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e bancário do Santander.
Globalmente, o banco teve lucro de € 6,833 bilhões no período, alta de 13% em doze meses. A operação brasileira foi a segunda mais lucrativa do grupo, com € 996 milhões, atrás apenas da matriz na Espanha (€ 2,258 bilhões), representando 14,6% do lucro global.
A inadimplência acima de 90 dias ficou em 3,1% em junho de 2025, praticamente estável em relação a junho de 2024. As despesas com provisões para devedores duvidosos (PDD) aumentaram apenas 0,7%, somando R$ 13,3 bilhões.
Redução no quadro e fechamento de agências
Ao final de junho de 2025, o Santander contava com 53.918 empregados, frente aos 55.091 de junho de 2024. Em doze meses, foram 1.173 demissões líquidas. No mesmo período, a base de clientes aumentou em 4,5 milhões, atingindo 71,7 milhões de pessoas.
No que se refere à estrutura física, o banco fechou 561 unidades de atendimento em um ano, das quais 159 no último trimestre.