Resultado representa crescimento de 3,7% em relação ao mesmo período de 2017; Bancários, no contexto da Campanha Nacional 2018, cobram aumento acima da inflação, fim das demissões e respeito às conquistas históricas da categoria.
O Itaú obteve lucro líquido recorrente de R$ 12,8 bilhões no primeiro semestre de 2018, que corresponde a um crescimento de 3,7% em relação ao mesmo período de 2017, ano em que obteve o maior lucro da história de uma instituição financeira no Brasil. Com isso, a rentabilidade do banco subiu de 21,8% para 22% no período.
Os lucros sempre crescentes dos bancos no Brasil são a prova de que é possível e justa a valorização dos bancários no contexto da Campanha dos Bancários 2018.
O lucro do Itaú, assim como os resultados de Bradesco e Santander, que também já divulgaram seus balanços semestrais, evidencia que os bancos podem valorizar seus trabalhadores com reajuste salarial acima da inflação, o fim das demissões e respeito às conquistas históricas da categoria. O setor financeiro segue, com sobras, sendo o mais lucrativo da economia. Nada mais justo que valorizar os trabalhadores, que de fato constroem seus resultados. hoje tem negociação com a Fenaban (1) e espera-se que os banqueiros apresentem proposta nesse sentido.
# Negociação das cláusulas econômicas com banqueiros é nesta quarta, 1º/8
Impactou o resultado do Itaú no semestre principalmente a redução das suas despesas com destaque para a despesa de captação de recursos, com queda de 6,3%; despesas financeiras de provisões técnicas de seguros, previdência e capitalização, com queda de 48,1%; e as despesas de provisão para devedores duvidosos, que tiveram queda de 28%.
Tarifas
As receitas do Itaú com prestação de serviços e tarifas bancárias tiveram elevação de 8,9%, chegando a R$ 18,8 bilhões no semestre. Apenas com essa receita, o banco cobre 166,3% do total de suas despesas de pessoal, ou, em outras palavras, o Itaú paga toda a sua folha salarial, incluindo PLR, e ainda sobram R$ 7,5 bilhões.
Empregos e agências
O número de trabalhadores do Itaú no Brasil chegou a 86,1 mil, aumento de 4,9 mil em relação a junho de 2017. Já o número de agências físicas teve crescimento de oito unidades em relação a junho de 2017. Por outro lado, quando analisado o número de unidades registrado em março deste ano, 56 agências físicas foram fechadas.
O número de agências digitais chegou a 160 em todo o país, crescimento de seis unidades em relação a junho de 2017.
# No Itaú, quem não paga perde o emprego
O aumento no número de trabalhadores advém principalmente da incorporação da área de varejo do Citibank, que trouxe 2.897 novos funcionários. Além disso, o banco afirma no documento que tem contratado mais na área de tecnologia para acelerar o seu processo de transformação digital. O que vemos no banco é justamente um processo agressivo de automação de áreas, inclusive sendo imposto prazo para que os próprios trabalhadores busquem nova colocação para evitar a demissão. Lembrando que o Itaú, ao assinar a Convenção Coletiva de Trabalho 2016/2018, se comprometeu em efetivar o Centro de Requalificação e Realocação Profissional, previsto na cláusula 62. O Itaú deveria parar de demitir e contratar mais trabalhadores para atuar em agências físicas e departamentos, reduzindo a sobrecarga de trabalho, combatendo o adoecimento do trabalhador bancário e melhorando o atendimento à população.
Não se pode esquecer que Roberto Setubal, copresidente do Conselho de Administração e ex-presidente do Itaú, foi um dos defensores mais fervorosos da reforma trabalhista e o banco foi o primeiro a adotar pontos da nova legislação como, por exemplo, a retirada das homologações dos sindicatos, prejudicando a conferência do correto pagamento dos bancários.
# Itaú demite com justificativas esfarrapadas
A defesa que o Itaú fez da reforma trabalhista, o fato de ser um dos primeiros bancos a aplicá-la, e seus lucros sempre crescentes revelam o tamanho da ambição dos banqueiros. Mesmo faturando como nunca, o Itaú insiste em jogar nas costas dos trabalhadores, dos seus direitos e proteções legais, a `culpa´ por uma crise que não o afeta. Agora, em meio a campanha salarial dos bancários, é hora dos banqueiros mudarem essa postura injustificável e valorizarem os trabalhadores. Queremos proposta que garanta direitos, empregos e aumento acima da inflação.
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Fonte: SEEB SP