O assunto veio à tona durante audiência da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados, realizada terça-feira (13)
Ex-presidente da Caixa Econômica Federal no governo de Jair Bolsonaro, Pedro Guimarães deixou o cargo e virou réu após vários processos de funcionárias que o acusaram de assédio sexual.
Auxiliares ligados a ele também foram acusados de perseguir servidores, inclusive com algum tipo de deficiência.
O assunto veio à tona durante audiência da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados, realizada terça-feira (13), para debater a gestão de pessoas com deficiência e neurodivergentes da Caixa Econômica e Banco do Brasil.
Diversas denúncias sobre agressão aos direitos das pessoas com deficiência estão sendo apresentadas no colegiado.
O presidente da comissão, deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA), diz que os procedimentos no sistema bancário brasileiro precisam respeitar os direitos das pessoas com deficiência.
“Ambas as instituições têm a obrigação de cumprir a lei de cotas para pessoas com deficiência, bem como de garantir a inclusão dessas pessoas em seu quadro de funcionários. No entanto, muitas denúncias têm sido feitas em relação à gestão desses funcionários, tanto na Caixa como no Banco do Brasil”, afirmou a deputada Érika Kokay (PT-DF), que propôs a audiência.
Falta de acessibilidade nos ambientes de trabalho, adaptação razoáveis para garantir a inclusão e a dificuldade de ascensão na carreira foram outras acusações apresentadas contra as instituições.
Assédio
Funcionária do banco, a advogada Larissa Argenta de Melo, presidente da Comissão de Direitos dos Autistas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subseção Taguatinga, relatou uma dessas situações.
Larissa contou que na gestão de Pedro Guimarães, no governo Bolsonaro, apresentou denúncia ao Ministério Público do Trabalho contra Camila Aichinger, que, na época, presidia a Caixa Seguridade.
“Eu trabalhava na Caixa Seguridade em uma função vinculada a autogestão da empresa e eu sofri diversos assédios morais. Foi a pior experiência da minha vida. Fui assediada moralmente durante oito meses”, lembrou a funcionária, que é neurodivergente.
Diante da pressão e com estresse agudo, ela foi afastada do cargo por seis meses. Após a crise, recebeu o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), o que contribuiu para ser “descomissionada e encostada”.
A funcionária que tinha um salário de R$ 16 mil passou a ganhar R$ 2,8 mil. “Foi uma gestão extremamente assediadora. A perspectivas agora é de mudança e que ela venha com novos paradigmas”, disse Larissa.