A alta de juros também é sentida no crédito imobiliário para a compra da casa própria e nos bens de consumo como geladeiras, fogões, carros, celulares, entre outros
Toda vez que um trabalhador ou uma trabalhadora precisa de um bem material e não têm o todo o valor do produto desejado eles acabam pagando mais, apesar da ilusão das prestações sem juros oferecidas pelas empresas. Isto porque com as empresas tendo de pagar juros maiores junto a bancos e instituições financeiras, a tendência é transferir para o consumidor essa conta.
Existe um responsável por tudo isso, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que insiste em manter a taxa Selic, os juros oficiais do país, no patamar de 10,50%, apesar da inflação controlada, dentro da própria meta estipulada pelo BC e os sinais de estabilidade econômica do país.
A diretora-técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, Adriana Marcolino afirma que a taxa de juros impede o consumo das famílias.
“Basicamente a Selic impede que as empresas invistam e que os consumidores, cidadãos brasileiros, possam consumir produtos que necessitam de crédito, pois estarão mais caras as prestações dos produtos, apesar de que neste o índice de inflação dentro da meta”, diz Adriana.
Ela explica que o BC resolveu em junho passado parar a redução da taxa Selic porque, segundo, Campos Neto, há risco fiscal e o governo Lula deveria cortar gastos sociais.
“Na verdade, Campos Neto faz reuniões secretas com agentes políticos e do mercado financeiro por interesses políticos. Ele, inclusive, deixou correr solta a alta do dólar, num movimento especulativo. É dever do presidente do BC interferir em movimentos especulativos e ele deixou a especulação correr solta. Só isso já era um motivo pra retirar Campos Neto da presidência”, diz Adriana Marcolino.
Por esse e tantos outros motivos que as centrais sindicais estão pedindo a redução dos juros e a destituição do cargo de Campos Neto, que só poder sair por decisão do Senado Federal.