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Conferência Nacional dos Bancários será em agosto

Fernando Diegues

4 de maio de 2023

Data foi definida ontem quarta-feira (3) em reunião do Comando Nacional; dirigentes também definiram estratégia de negociações com os bancos e debateram sobre pautas prioritárias do movimento

O Comando Nacional dos Bancários definiu, em reunião realizada nesta quarta-feira (3), a data da Conferência Nacional da categoria. A atividade será presencial, em São Paulo, e a data indicativa é de 4 a 6 de agosto. A confirmação vai depender apenas da disponibilidade de local para a realização e hospedagem dos participantes.

As conferências estaduais e/ou regionais devem ser realizadas em junho e julho, no mesmo período em que haverá a Consulta Nacional à categoria sobre as prioridades para o movimento, como a reforma tributária, o papel do sistema financeiro e do crédito para a geração de emprego renda, além da democratização e uso dos meios de comunicação e de questões que envolvem o futuro da categoria.

Também ficou definido que serão mantidas as mesas permanentes de negociação com os bancos sobre Igualdade de Oportunidades, Saúde e Segurança Bancária. O Comando também deliberou que as comissões de trabalhadores específicas de cada banco devem definir suas agendas de negociações permanentes e definir seus calendários de luta.

#JurosBaixosJá

Após debater sobre a política de juros do Banco Central, o Comando orientou pela continuidade da campanha #JurosBaixosJá, pois, ao contrário do que o presidente do BC, Roberto Campos Neto afirma, a manutenção da alta da Selic não cumpre a promessa de reduzir a inflação e atrapalha o desenvolvimento do país.

“É um absurdo a manutenção da Selic em 13,75%! É a maior taxa de juros reais do mundo! Ela deveria ter sido reduzida. O Banco Central está apostando contra o Brasil e o Congresso Nacional precisa tomar uma providência para tirar Campos Neto de seu comando”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira.

“Quem ganha com esses juros altos são os banqueiros e os rentistas. Vale ressaltar que é mais fácil comprar papéis da Dívida Pública porque você tem uma rentabilidade muita acima da inflação do que investir em produção e gerar empregos. A economia parada, o desemprego alto e as mulheres são as que mais sofrem. Não há motivo, a inflação não está galopante, para que se justifique a alta dos juros. É necessário voltar, não ter mais a autonomia no Banco Central. Porque o Campos Neto é oriundo executivo do banco Santander e quando a gente tem como presidente do Banco Central (executivos) do mercado financeiro eles vão beneficiar o mercado financeiro e rentistas. E não a população em geral, comerciantes e as mulheres”, disse Eneida Koury, secretária de Finanças do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.


Em março de 2021, a taxa básica de juros (Selic) estava em 2%. A partir de abril começou a subir e atingiu a taxa atual de 13,75%, mantida pela sexta vez, nesta quarta-feira (3), no encerramento da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. No mesmo período, a inflação subiu de 6,10%, chegou a 12,13% em abril de 2022, e as estimativas são de que feche 2023 em 6,05%.

Outros pontos

Além da política de juros do Banco Central, o Comando Nacional dos Bancários também definiu a luta:

  • pela regulamentação das redes sociais e democratização dos meios de comunicação;
  • pela reforma sindical;
  • pela regularização do trabalho realizado por trabalhadores de aplicativos, como entregadores, motoristas e outros;
  • por uma reforma tributária justa, com aumento da faixa de isenção de Imposto de Renda de Pessoa Física, assim como da faixa de isenção da Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
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