Lucro do Itaú Unibanco cresceu 18% em 2024, para R$ 41,403 bilhões. Já o espanhol Santander lucrou 47,8% a mais no ano passado em relação a 2023
O lucro do Itaú Unibanco, divulgado depois do fechamento do mercado financeiro na quarta-feira (5/2), cresceu 18% em 2024 ante o ano anterior, para R$ 41,403 bilhões. A instituição anunciou que vai pagar R$ 15 bilhões em dividendos a seus acionistas. Já o espanhol Santander lucrou 47,8% a mais no ano passado em relação a 2023, para R$ 13,87 bilhões. O resultado do Santander ajudou a impulsionar o Ibovespa a fechar no positivo na véspera.
Os resultados dos dois bancões foram impulsionados principalmente no quarto trimestre (outubro-dezembro), período que coincide com o reforço do ciclo de aperto monetário. A taxa básica de juros, a Selic, estava em 10,75% ao ano em setembro, chegando a 12,25% a.a. em dezembro.
Somente no quarto trimestre, os ganhos do Itaú Unibanco cresceram 15,8%, para R$ 10,9 bilhões, com aumento da rentabilidade e queda dos principais indicadores de inadimplência.
O espanhol Santander, por sua vez, viu seu lucro líquido recorrente crescer estratosféricos 74,9% no quarto trimestre em relação ao trimestre imediatamente anterior, para R$ 3,85 bilhões, e 5,2% ante o mesmo período do ano passado.
Itaú anunciou que distribuirá R$ 15 bilhões em dividendos
O banco Itaú afirma que a alta do lucro foi impulsionada principalmente pelo crescimento de 15,5% da carteira de crédito expandida em 2024, e foi o principal fator do crescimento de 7,1% da margem de clientes.
“Ao mesmo tempo, os indicadores de qualidade de crédito continuaram melhorando ao longo do ano, o que resultou em uma redução de 6,6% no custo de crédito no período. A performance reflete a capacidade do banco em crescer de maneira sustentável, com qualidade e rentabilidade”, diz comunicado divulgado com o balanço.
Com o resultado, o banco anunciou que distribuirá R$ 15 bilhões em dividendos para seus acionistas. Serão R$ 1,25093 por ação e os JCPs no valor de R$ 0,33344 por ação, com retenção de 15% de imposto de renda na fonte, resultando em juros líquidos de R$ 0,283424 por ação. O pagamento dos proventos será feito em 7 de março.
O Conselho de Administração aprovou, ainda, o pagamento dos juros sobre o capital próprio já declarados, também em 7 de março, conforme os fatos relevantes divulgados em:
- 29 de agosto de 2024, no valor bruto de R$ 0,27298 (líquido de R$ 0,232033 por ação), utilizando como base de cálculo a posição acionária final registrada em 19 de setembro do ano passado; e
- 28 de novembro de 2024, no valor bruto de R$0,310560 (líquido de R$ 0,263976 por ação), utilizando como base de cálculo a posição acionária final registrada em 09 de dezembro de 2024.
“Portanto, os acionistas que detenham e detiveram ações em todas as posições acionárias citadas acima receberão em 07 de março de 2025 o montante de dividendos e JCP líquidos no montante de R$ 2,030363 por ação. Os valores dos dividendos e dos juros sobre capital próprio são pagos igualmente para as ações ordinárias (ITUB3) e preferenciais (ITUB4)”, ressaltou o Itaú.
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De acordo com o banco, essa distribuição se deveu as bons resultados de 2024, que levaram a um relevante acúmulo de capital orgânico.
Com o anúncio, o banco totaliza R$ 28,7 bilhões (69,4% do resultado recorrente auferido em 2024) distribuídos aos acionistas em 2024, um crescimento de 33,8% sobre a distribuição de 2023, “reforçando o compromisso em gerar valor aos seus investidores”, informou o banco.
Santander: ganho de 75% no 4º tri
O Santander Brasil reportou lucro líquido gerencial de R$ 3,85 bilhões no quarto trimestre de 2024, um crescimento parrudo de 74,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado, segundo a instituição, é marcado por expansão de margem financeira e melhora na rentabilidade.
A margem financeira bruta do banco cresceu 16% ano a ano e 4,9% em relação ao trimestre anterior, com aumento de 13,7% e 5,9% respectivamente, na margem com clientes, que atingiu R$ 15,78 bilhões.
A margem com o mercado somou R$ 198 milhões, de resultado negativo de R$ 102 milhões um ano antes, mas abaixo dos R$ 325 milhões do terceiro trimestre.
A instituição diz que a melhora na margem com clientes no período se beneficiou do avanço na margem de produtos (+6,4%), em razão principalmente da carteira de crédito, reflexo de maiores spreads (na prática, a diferença entre os juros que o banco paga para captar os recursos e cobra do cliente quando empresta dinheiro a ele), como da margem de captações, beneficiada pelo aumento da taxa Selic e melhor mix.
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No caso da margem com mercado, a performance na base trimestral foi afetada por um menor resultado em tesouraria e pelas elevações da Selic.
O retorno sobre o patrimônio médio (ROAE) do banco ficou em 17,6% no quarto trimestre do ano passado, de 12,3% no mesmo período de 2023 e 17% no terceiro trimestre de 2024.
A carteira de crédito ampliada, que inclui operações estruturadas no mercado de capitais, alcançou R$ 682,693 bilhões no final de dezembro de 2024, alta de 6,2% ano a ano e de 2,9% na comparação trimestral, com o banco afirmando ter priorizado a atuação em linhas de maior rentabilidade de boa qualidade de ativos.
Previsões para 2025
A presidente do conselho de administração do Santander, Ana Botín, afirmou em conferência com analistas na Espanha que o banco prevê índice de rentabilidade estável no Brasil este ano.
O Itaú, por sua vez, espera crescer em até 8% na carteira e alcançar uma margem financeira de até 11,5%. Já a receita poderá ter aumento de 7%.