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164 anos: momento de celebrar e de retomar a defesa da Caixa Pública

Fabiano Couto

13 de janeiro de 2025

Por Rita Serrano*

A Caixa celebrou 164 anos, neste domingo, dia 12 de janeiro, consolidando-se como uma das poucas empresas centenárias e uma das mais emblemáticas do Brasil. O banco se destaca como principal agente de desenvolvimento do país e na gestão de políticas públicas, numa trajetória que merece ser celebrada. Mas, esse momento também é importante para refletir sobre como as medidas de agora vão impactar o futuro da instituição.

O papel estratégico do banco foi colocado em xeque e isso afeta o conjunto da sociedade brasileira. Resta saber quais medidas serão tomadas pela direção do banco frente aos inúmeros desafios colocados, tais como:

Retirada da Caixa como agente operador do CadÙnico – Faz 20 anos que a Caixa opera com o Cadastro único e é responsável por atender os beneficiários dos principais programas sociais do governo. A gestão consiste em fornecer os aplicativos, prestar apoio operacional às esferas de governo, treinar as equipes de cadastramento, atender os beneficiários e pagar os benefícios sociais. Porém, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, controlador da operação, em comunicado divulgado em 06 de janeiro, informou que, a partir de março, o cadastro passará a ser gerido em parceria com a DATAPREV, e não mais com a Caixa. A questão é: o que acontece com toda a expertise acumulada e os investimentos realizados pelo banco ao longo dos últimos 20 anos? E o impacto para as suas receitas e resultados?

Funding para a Habitação – Devido à escassez de recursos de poupança (operação deixou de ser atrativa em decorrência da alta da SELIC), dos limites para o uso do FGTS, e alta demanda do mercado, o banco acabou restringindo recursos para financiamentos e aumentou os juros, impactando os mais pobres, que só encontram opção na Caixa, visto que o mercado não oferece produtos viáveis para esse segmento. Para o banco o impacto é direto na sua carteira de crédito, focada majoritariamente em habitação. Essa realidade obriga o governo e a direção da Caixa, a buscar outras opções de funding para viabilizar o desenvolvimento do país.

Queda brusca na participação em financiamentos para estados e municípios – Caixa sempre foi líder nesse seguimento, fundamental para o aperfeiçoamento da gestão e dos serviços públicos. Em 2023 bateu recorde de empréstimos, chegando a R$ 15,7 bi, já em 2024, ficou atras do BB e do BNDES, com contratações na ordem de R$ 8,6 bi.

Fim do DPVAT – Desde 2021 passou a ser administrado pela Caixa, que garantiu transparência a operação. Agora, com o fim do seguro, perde a Caixa (menos receitas), perde o SUS e perdem os mais pobres que não tem seguro privado.

Defasagem tecnológica – no último período houve considerável número de incidentes críticos de TI: problemas com os jogos da Mega Sena da Virada, com faturas de cartões de crédito (curiosamente duas operações migradas para subsidiárias), falhas sistêmicas no recolhimento dos depósitos de FGTS, indisponibilidade corriqueira das transferências por PIX e do próprio APP do banco,

Privatização – a criação de subsidiárias realizada nos governos Temer e Bolsonaro, tinha por objetivo facilitar o processo de venda de ativos, estamos vendo agora o retorno desse processo, com as transferências das Loterias e das operações de Cartões para subsidiárias; e a preparação para nova oferta de ações de Seguridade para o mercado.

Esse cenário exige discussões no âmbito do governo, da sociedade organizada, das entidades e do corpo funcional, sobre as perspectivas para que a Caixa se mantenha como agente da melhoria da qualidade de vida da população brasileira e com capacidade para competir em um mercado, cada dia mais digital, de concorrência acirrada.

Vamos celebrar muito esses 164 anos, mas tendo clareza de que, se hoje o Estado conta com um banco do porte da Caixa é porque, ao longo dessa história, os empregados e empregadas, entidades e movimentos organizados empunharam a bandeira da defesa de manutenção do banco público frente às iniciativas de enfraquecimento, desmantelamento ou privatização.

Um grande viva a todos os brasileiros e brasileiras que ajudaram a construir essa longa trajetória.

Viva aos empregados e empregadas dedicados a atender o Brasil.

Se é público é para todos.

  • Ex- presidente da Caixa Econômica Federal
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