A jornalista Rosângela Fernandes cobrou maior engajamento dos próprios dirigentes sindicais nas redes sociais de sindicatos, federações e da Confederação Nacional (Contraf)
A jornalista Rosângela Fernandes, da empresa “Criar Brasil”, falou da importância da comunicação frente a tantos desafios da categoria, como as mudanças tecnológicas e o adoecimento dos bancários.
“Os ataques aos trabalhadores passam pela comunicação social. Praticamente tudo que é publicado na grande mídia é contra a classe trabalhadora”, afirmou.
“Quando surgiu a internet passamos a ter a esperança de ter um novo espaço e, apesar de termos conquistados o espaço em mídias tradicionais, como a TVT, temos desafios, como a disputa contra as fake news, que levam milhões de pessoas a acreditarem que ‘não houve ditadura no Brasil’, nem ‘a escravidão dos negros’, que ‘a Terra é plana’, além das teorias conspiratórias”, disse a jornalista, acrescentando que e “o discurso de ódio se conecta com os ataques ao movimento sindical”.
“Parece que estamos vivendo uma ficção”, destacou, explicando que vivemos uma guerra de narrativas.
“Nós defendemos tanto a liberdade de expressão e hoje temos gente que se apropria dessa liberdade e da democracia para defender a ditadura e afirmam isso acreditando que estão ‘defendendo a democracia’, o ‘nacionalismo’. E quem não está na disputa ideológica da esquerda contra a direita muitas vezes acha que todo este discurso faz sentido”, acrescentou a profissional da Criar. Rosângela apresentou vídeo em que Bolsonaro diz que tem que “tem que acabar com os sindicatos” e deu exemplos de ataques na imprensa tradicional que fala em uma “mamata sindical” e que os sindicatos são “uma praga que precisa ser extinta”,
“Os algoritmos existem para nos separar em bolhas”, destacou, fazendo uma análise sobre as redes sociais.
Poder de comunicação
Rosângela ressaltou ainda o poder de comunicação dos aplicativos
“Temos o desafio de conquistar mentes e corações. O WhatsApp tem 169 milhões de usuários no Brasil. Imaginem o impacto de uma informação nas redes”, declarou, lembrando que a milícia digital da extrema-direita não morreu.
“Elegemos o presidente Lula, mas o gabinete, a grande estrutura do bolsonarismo seguem vivos. Nós baixamos um pouco a guarda, o engajamento do movimento sindical é muito baixo em nossas redes. Disse ainda que os profissionais da comunicação sindical não dão conta sozinhos da missão de comunicar com os trabalhadores, defendendo uma estratégia em redes.
“As questões que informamos são da categoria. Só o engajamento de quem é da base é que vai comunicar com a categoria”, destacou, cobrando maior engajamento dos próprios dirigentes sindicais nas redes sociais de sindicatos, federações e da Confederação Nacional (Contraf).
“Qual foi o engajamento de cada dirigente sindical nas redes esta semana? Quem entrou no canal do Youtube, no Facebook da Federa-RJ? Como entender que sindicatos com 100 dirigentes têm apenas três curtidas? Como fazer comunicação sem engajamento?”, questionou.
“Como chegar à categoria e a população se a gente não consegue se comunicar na agência via redes sociais? Eu tenho esperança”, declarou, apresentando o dado de uma pesquisa interna mostrando que 83% da categoria confia muito nas redes sociais dos sindicatos.
“Temos que mudar a cultura da comunicação do movimento sindical”, opinou, admitindo a baixa adesão nas redes do movimento sindical.