Salário mínimo mostrou maior poder de compra em relação a 2022
A cesta básica ficou mais barata, em 2023, em 15 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. Segundo o instituto, as principais quedas foram registradas em Campo Grande (-6,25%), Belo Horizonte (-5,75%) e Vitória (-5,48%). Em São Paulo, o valor caiu 3,83%. Já as únicas altas ocorreram em Belém (0,94%) e Porto Alegre (0,12%).
Entre os itens da cesta, o preço da carne bovina de primeira caiu em todas as cidades pesquisadas, com destaque para Salvador (-12,96%), Campo Grande (-12,26%), Fortaleza (-12,01%), Goiânia (-11,84%) e São Paulo (-11,10%). O preço do café também caiu em todas as capitais, chegando a -19,36% em Vitória, assim como o óleo de soja (-33,04% em Curitiba).
Altas e baixas
Coletado no Norte-Nordeste, Centro-Oeste, Belo Horizonte e São Paulo, o feijão carioquinha também caiu de preço no ano passado: destaque para Fortaleza (-19,76%), São Paulo (-19,42%) e João Pessoa (-18,31%). O valor médio da farinha de trigo caiu em todas as cidades do Centro-Sul, onde é coletada. E o preço do leite integral caiu em quase todas as capitais, com exceção de Belém.
Entre as altas de 2023, o preço do quilo do arroz agulhinha subiu em todas as cidades, de 11,16% (Belém) a 44,52% (Goiânia). O feijão preto também aumentou, chegando a 23,12% no Rio de Janeiro. O Dieese apurou alta da farinha de mandioca, que é coletada no Norte e no Nordeste, com exceção de Fortaleza.
Salário mínimo
Entre novembro e dezembro, o valor da cesta subiu em 13 cidades, com destaque para Brasília (4,67%), Porto Alegre (3,70%), Campo Grande (3,39%) e Goiânia (3,20%). As quedas foram apuradas em Recife (-2,35%), Natal (-1,98%), Fortaleza (-1,49%) e João Pessoa (-1,10%). O maior valor foi o da cesta de Porto Alegre (R$ 766,53). O menor, em Aracaju (R$ 517,26).
Assim, com base na cesta mais cara, o Dieese calculou em R$ 6.439,62 o valor do salário mínimo necessário para as despesas básicas de um trabalhador e sua família. Isso corresponde a 4,88 vezes o mínimo oficial, que em dezembro era de R$ 1.320. A proporção aumentou em relação a novembro (4,77), mas caiu na comparação anual (5,48 vezes).
No último mês de 2023, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 109 horas e 3 minutos, mais do que no mês anterior (107 horas e 29 minutos) e bem menos do que em dezembro de 2022 (122 horas e 32 minutos). Segundo o Dieese, o trabalhador remunerado pelo mínimo comprometeu 53,59% de sua renda líquida para adquirir os produtos. Um pouco acima do novembro (52,83%) e bastante abaixo de um ano antes (60,22%).