Empresa é um dos maiores empregadores do país: são cerca de 45 mil trabalhadores e cerca de 1.800 lojas físicas
Os trabalhadores das Lojas Americanas farão uma manifestação nacional nesta sexta-feira (3), a partir das 10h, em defesa de seus direitos diante da crise que a empresa enfrenta após o rombo bilionário revelado no último mês. A manifestação está sendo organizada pelo Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, mas conta com dirigentes e centrais sindicais de todo o Brasil.
A companhia, que entrou em recuperação judicial na semana passada por conta de dívida superior a R$ 40 bilhões, é um dos maiores empregadores do país. Ao todo, são cerca de 45 mil trabalhadores diretos e cerca de 1.800 lojas físicas.
No Rio de Janeiro, os atos vão começar na Rua do Passeio, 42, Cinelândia.
Sobre o imbróglio
As Lojas Americanas entraram com pedido de recuperação judicial em 19 de janeiro, depois da revelação de um rombo de mais de R$ 43 bilhões, somando inconsistências contábeis e dívidas internas.
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Durante a recuperação judicial, os contratos de trabalho são mantidos e não necessariamente vão acontecer demissões. Os salários e verbas correntes devem ser pagas mensalmente pela empresa aos empregados. Apesar disso, advogados já haviam sinalizado que demissões podem acontecer diante da redução de custos e reestruturação.
O movimento sindical do Rio entraram com uma Ação Civil Pública, na 8ª Vara do Trabalho de Brasília, com o pedido de execução do patrimônio pessoal dos acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, para o pagamento de dívidas trabalhistas.
“A ação, independente do processamento da recuperação judicial, solicita que se desconsidere a personalidade jurídica da Americanas e responsabilize os acionistas de referência pela fraude contábil que se desenrolou durante anos na empresa e que inflou artificialmente não só o lucro, mas os dividendos distribuídos aos acionistas”, diz o comunicado do sindicato. A ação pleiteia o bloqueio do valor de R$ 1,53 bilhão na conta pessoal dos sócios majoritários para garantir que os trabalhadores possam receber sem demora seus créditos.
Demissões
No último dia 30, as centrais sindicais unificadas fizeram uma reunião com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, em São Paulo, para discutir o processo de recuperação judicial. Na conversa, foi reforçada a necessidade de garantia dos empregos e dos direitos dos milhares de trabalhadores diretos e de centenas de milhares de trabalhadores de toda a rede de fornecedores.
No dia seguinte, terça-feira (31), o Sindicato dos Comerciários de São Paulo confirmou que a Americanas começou o processo de demissão no Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo. Cerca de 50 funcionários terceirizados foram desligados, segundo informações da CNN. As demissões aconteceram porque os contratos com parte das empresas terceirizadas com a Americanas tinham o término previsto para janeiro de 2023.