Na última quarta-feira, 15 de maio, a delegação da Intersindical – Central da Classe Trabalhadora visitou o Consulado Geral de Cuba em São Paulo, sendo recebida pelo cônsul Benigno Pérez
Estiveram presentes na ocasião a Secretária Geral da Intersindical, Nilza Pereira de Almeida, e os membros da direção nacional Ricardo Saraiva Big (Secretário de Relações Internacionais), Pedro Otoni (Secretário de Formação), Elcio Quinta (Presidente do SEEB Santos e Região), Edson Carneiro Índio (Direção Nacional da Intersindical) e Robson Dias (Assessor SEEB Santos e Região).
O objetivo do encontro foi apresentar a Intersindical ao cônsul recém empossado e reafirmar a solidariedade da central com a Revolução Cubana. Foram destacados o caráter internacionalista da formulação sindical da Intersindical e seu compromisso com a autodeterminação dos povos.
Durante a reunião, o cônsul Benigno Pérez ressaltou a importância da solidariedade internacional a Cuba, especialmente no atual contexto de grandes dificuldades enfrentadas devido ao bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos, que já dura mais de 60 anos. Com o endurecimento das sanções após a administração Trump e a continuidade sob a administração Biden, que produz prejuízos monumentais ao povo cubano.
O cônsul também destacou a relevância do Governo Lula na normalização das relações diplomáticas entre Cuba e Brasil, que foi extremamente prejudicado pelo governo anterior. Atualmente o Governo Brasileiro tem cooperado com Cuba em especial no tema do turismo e da produção agropecuária e segurança alimentar.
Ressaltou-se ainda a necessidade de debater e difundir informações sobre o bloqueio imperialista e envolver o movimento sindical em ações de solidariedade ao povo cubano. O Cônsul enfatizou a importância de conscientizar a sociedade brasileira sobre a real situação cubana, que hoje não pode ser entendida, sem considerar as graves violações do direito internacional impostos pelos EUA à economia do país caribenho.
A Intersindical reafirmou seu compromisso de apoio à causa cubana e a necessidade de ações concretas em prol da solidariedade internacional. Inclusive, a central enviou este ano 7 membros de suas entidades filiadas para participarem do Curso de Formação promovido pela Central de Trabalhadores Cubanos – CTC, para o Ato de 1° de Maio em Havana e para a Conferência Internacional de Solidariedade à Cuba, atividades realizadas entre os dias 22 de abril e 05 de Maio deste ano.
Entenda mais sobre o Bloqueio à Cuba
Desde 1960, Cuba enfrenta um rigoroso bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos, que se intensificou em 1962 sob a presidência de John F. Kennedy. A justificativa inicial foi o alinhamento de Cuba com a União Soviética durante a Guerra Fria, uma época marcada por tensões geopolíticas. Esse bloqueio, formalmente denominado Embargo Comercial, Econômico e Financeiro, proíbe a maioria das exportações americanas para Cuba e restringe severamente as importações cubanas. O bloqueio tem como objetivo principal derrotar a Revolução Cubana e impor uma restauração capitalista na Ilha, retornando sua condição de protetorado dos EUA, tal como acontece em Porto Rico nos dias atuais.
Atualmente, o bloqueio econômico continua a ser um ponto controverso nas relações internacionais. Diversos países e organizações internacionais, incluindo a Assembleia Geral das Nações Unidas, têm criticado veementemente o embargo, argumentando que ele constitui uma violação dos direitos humanos e um obstáculo ao desenvolvimento econômico de Cuba. O impacto sobre a economia cubana é significativo, resultando em escassez de produtos básicos, limitações no acesso a tecnologias e dificuldades na atração de investimentos estrangeiros. Estima-se que o bloqueio tenha causado prejuízos econômicos superiores a 130 bilhões de dólares ao longo de seis décadas.
Os efeitos do bloqueio são profundamente sentidos pela população cubana, exacerbando problemas sociais e econômicos. A saúde pública, por exemplo, é uma área fortemente afetada, com dificuldades no acesso a medicamentos e equipamentos médicos modernos. Apesar das medidas de flexibilização temporária adotadas durante o governo Obama, as sanções foram novamente “endurecidas” sob a administração Trump, e mantidas pela administração Biden, perpetuando um ciclo de dificuldades. A continuidade do bloqueio viola o direito internacional uma vez que promove de maneira deliberada uma interferência à política interna de um país soberano, além de penalizar, sobretudo, a população civil.