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SMS é motivo de demissão no Bradesco

29 de novembro de 2017

Apenas quatro mensagens negando que houve atendimento, entre 260, levou à dispensa de ao menos um bancário submetido à gerência regional, em São Paulo; há informações de outros quatro desligados pelo mesmo motivo .

Como você se sentiria se fosse demitido depois de telefonar para mais de 250 clientes em dois meses e, desse total, apenas quatro respondessem SMS enviado pelo sistema do banco negando que houve o contato? Pois foi o que ocorreu com um gerente pessoa física do Bradesco, subordinado à regional Jabaquara, em São Paulo.

 

Uma das inúmeras tarefas dos gerentes do Bradesco é entrar em contato com os clientes e depois registrar em um sistema o motivo do contato, que podem ser variados, como venda de produtos ou informações sobre os investimentos.

 

Após o contato, o sistema do banco envia um SMS ao cliente solicitando avaliação sobre a qualidade do atendimento. O banco também pergunta se houve ou não o contato. Se durante o mês inteiro o sistema receber duas respostas negando que houve o contato, a meta do funcionário de todo este período é zerada. Se isso se repetir novamente no mês seguinte, o gerente é demitido.

 

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“É ridículo o Bradesco submeter o cargo de um funcionário à resposta de um simples SMS que pode inclusive ter sido enviado para um número desatualizado ou errado”, lamenta um gerente que passou pela situação. “Tem muito telefone errado no cadastro do Bradesco. Eu mesmo já recebi mensagem em nome de outra pessoa”, afirma o trabalhador.

 

Ele relata que a demissão ocorreu depois de uma reunião entre os gerentes gerais das agências e o gerente regional de Jabaquara. Segundo o trabalhador, ao menos outros quatro gerentes foram demitidos pelo mesmo motivo.

 

Sobrecarga de trabalho

O bancário ouvido relata ainda outro agravante: a sobrecarga de trabalho. Ele afirma que além da administração da carteira de clientes e dos contatos mensais, ainda tinha de tocar outras tarefas relacionadas a unidade bancária de pequeno porte onde trabalhava.

 

“Sempre fazia tudo direito, batia as metas, mas não conseguia dar conta de fazer tudo, cuidar da carteira, produzir. Estava fazendo tratamento psiquiátrico, fiquei 15 dias afastado por causa do estresse, tenho laudo médico comprovando. A gente se doa para o banco, adoece, e um simples SMS que pode ter sido enviado para a pessoa errada é motivo de demissão. Duas [mensagens] dentro de 130 não chega nem a 2% de margem de erro”, protesta.

 

Sindicato prova que gerente deve receber 7ª e 8ª horas como extras

 

Demissões como essas, sobretudo de funcionários que batem as metas e seguem estritamente as normas do banco para evitar práticas que podem gerar reclamações no Banco Central, levantam a suspeita de que com isso o Bradesco pretende reduzir ainda mais o quadro de funcionários por conta da fusão com o HSBC. Como se estivesse faltando serviço, mas a realidade que os bancários denunciam é justamente a contrária: a sobrecarga de trabalho cada vez maior no banco.

A essa situação soma-se o Plano de Demissão Voluntária Especial (PDVE) promovido pelo Bradesco que eliminou 7,4 mil postos de trabalho. E para piorar, o banco ainda deslocou uma força tarefa de mais de 900 bancários para a Paraíba. E nada de contratações. As agências e departamentos estão todos com falta de funcionários e os que ficam estão desempenhando funções duplas e até triplas.

 

Defenda-se

 

Para fortalecer as atuações e lutas do Sindicato, sempre em defesa da categoria, é fundamental que os bancários se sindicalizem. A ficha de sindicalização pode ser acessada aqui ou com os diretores do Sindicato.

 

>> Cadastre-se no whatsapp do Sindicato: clique aqui (pelo celular) e informe banco onde trabalha e seu nome.

Fonte: SEEB SP

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