Campanha publicitária do banco espanhol para o Dia das Mães promete ação que não é vista na relação com suas funcionárias
Movimento sindical se reúne com a direção do Santander, no dia 22 de maio, para debater igualdade de oportunidades entre homens e mulheres. A reunião ganhou ainda mais importância após a divulgação de campanha publicitária do banco para o Dia das Mães.
O Santander informa um dado PNAD Contínua de que as mulheres têm renda mensal 21% menor do que os homens. Por esta razão, o banco informa que vai conceder para as mulheres desconto na mesma porcentagem em produtos bancários como seguro de vida, parcelamento de fatura e anuidade de cartões. No vídeo não fica claro o período do desconto.
“Na contramão do que propaga nas mídias tentando agradar o público feminino, o banco não quer debater com suas funcionárias a licença menstrual, por exemplo, que foi pauta de reivindicação na Campanha salarial dos bancários, em 2022. O Santander afirma que ‘ainda não há ambiente interno para conduzir esta questão, porque não há maturidade suficiente das bancárias brasileiras para implementar a medida’. Na Espanha, país de origem do conglomerado, esta medida já é lei e é cumprida pela mesma instituição financeira, segundo noticiado pela nossa Comissão de Empresa”, explica Roberta Menna, dirigente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e bancária do Santander.
Discriminação de gênero na hierarquia do Santander
Outro ponto que chama a atenção na peça publicitária que está sendo divulgada é o seu final, quando afirma que há mais de 10 anos não há diferença salarial entre homens e mulheres dentro do Santander.
Na hierarquia não é bem assim, o último Relatório de Sustentabilidade emitido em 2022 pelo Santander aponta que em 2021 as bancárias ocupavam 61% dos cargos na área operacional e os homens 39%. Com relação aos cargos de diretoria, apenas 25% eram ocupados por mulheres e 75% por homens.
“Queremos debater esses assuntos com maior clareza e colocar as mulheres nos altos cargos da hierarquia também”, diz Menna.
Fim da desigualdade
De acordo com dados apresentados no Fórum Econômico Mundial, o mundo precisará de 257 anos para superar esta desigualdade de gênero no trabalho. Igualdade já! “As mulheres são maioria no setor financeiro”, finaliza a dirigente sindical.