Saúde Caixa, situação de caixas e tesoureiros, intervalo 10/50 e programa TEIA estiveram entre os principais temas tratados na reunião quarta-feira (28), em Brasília
Sindicalistas representantes dos empregados da Caixa se reuniram quarta-feira (28), em Brasília, com a direção da empresa para mais uma rodada da mesa de negociação permanente. Em pauta, temas de grande impacto para os trabalhadores, como o Saúde Caixa, a situação dos caixas e tesoureiros, o intervalo 10/50 e o Programa de Gestão TEIA.
Os sindicatos protestaram contra a manutenção do teto de 6,5% para o custeio do Saúde Caixa, previsto no estatuto da empresa. A não retirada do limite frustrou os mais de 87 mil empregados e reforçou a urgência em avançar nas negociações específicas sobre o plano de saúde.
Também foi reivindicado que nenhuma mudança no Plano de Funções Gratificadas (PFG) seja implementada sem negociação prévia, solicitando ainda a manutenção da situação atual para evitar prejuízos aos trabalhadores. Confira abaixo outros pontos discutidos:
Caixa Digital
Em relação ao Programa de Gestão TEIA, a Caixa informou que está tratando os casos individualmente e garantiu que os empregados que optarem por deixar o programa poderão retornar às suas funções originais.
Telefonistas
Sobre a situação das telefonistas terceirizadas, que haviam sido informadas de uma possível demissão, a Caixa respondeu que o processo segue suspenso por prazo indeterminado.
Comitês de Saúde
A empresa também apresentou um cronograma para a implementação dos Comitês de Credenciamento do Saúde Caixa. A previsão é que os comitês sejam instituídos na primeira quinzena de julho. Para São Paulo (capital e interior), a data indicada é 15 de julho.
Calendário
Ao final da reunião, os sindicatos solicitaram a definição de um calendário mais frequente para os encontros da mesa de negociação, com prioridade para a resolução das pendências do Saúde Caixa. Para o dirigente sindical dos Bancários de Santos e Região, Mateus Lima, é preciso mobilização para fazer a Caixa avançar nas questões acima.
Caixa encerra negociações de caixas e tesoureiros
A direção da Caixa encerrou, também na negociação de quarta-feira (28), as negociações sobre questões específicas de caixas e tesoureiros do banco, que estavam pendentes desde a Campanha Nacional dos Bancários do ano passado. A decisão do banco foi tomada depois que a representação dos trabalhadores se recusou a dar o aval para a retirada de direitos dos trabalhadores. Na reunião desta quarta, o banco se comprometeu a não mexer com o quadro atual e os direitos dos trabalhadores e, caso pretenda realizar alguma mudança, trazer para negociação com a representação dos empregados.
Na Campanha Nacional de 2024, a Caixa foi o último dos cinco principais bancos do país a concluir as negociações, pois insistia na retirada de direitos, o que não foi aceito pelo movimento sindical.
Segundo sindicalistas, a Caixa pretendia fazer um acordo sem dar garantia alguma. A proposta era a de retirar direitos dos empregados em troca de 500 nomeações efetivas (posteriormente o banco aumentou para 750 nomeações), sem garantir a manutenção das funções no mínimo um ano. Os sindicatos conseguiram nestas negociações que o banco não mexa nestes direitos.
Compromisso da Caixa
A Caixa afirmou que não irá mexer com o quadro atual e, caso a empresa pretenda realizar alguma mudança, irá trazer para negociação com a representação dos empregados.
Relembre como foram as negociações
Quebra de caixa
Com relação à quebra de caixa, mesmo se houvesse acordo, o banco continuaria questionando na Justiça o pagamento de forma acumulada com a gratificação de função. O banco pressionava para que os empregados renunciassem o direito do recebimento da verba de quebra de caixa e que essa renúncia fosse incluída do ACT. Com as negociações, a Caixa deixou de fazer essa exigência, mas disse que continuaria questionando este direito na Justiça, mesmo havendo jurisprudência de que a verba de quebra de caixa e a gratificação de função têm natureza distintas.
Houve a tentativa de impedir que os novos nomeados acionassem a Justiça para receber a verba de quebra de caixa que não foi paga pelo banco, por que ele entende que esta verba não pode ser paga de forma cumulativa com a gratificação de função.
Intervalo 10/50
Se o acordo fosse aceito, o banco também manteria sua posição de não reconhecimento do direito da pausa de 10 minutos após 50 minutos trabalhados pelos caixas.
Tesoureiros
As novas designações para tesoureiro executivo seriam apenas para jornada de seis horas, com redução salarial. Aqueles que hoje têm jornada de oito horas poderiam optar pela jornada de seis horas e fazer uma CCV para acerto dos cinco últimos anos. Quem não tem ação de 7ª e 8ª horas não poderia mais requerer o pagamento das horas realizadas a partir da assinatura do acordo, podendo buscar na Justiça apenas as horas realizadas anteriores à assinatura.