Empresas envolvidas na pesquisa global têm autonomia para decidir em que dia da semana os funcionários vão folgar – nem sempre é sexta. E os próprios funcionários recebem orientações sobre como otimizar o tempo de trabalho
Um estudo feito no Reino Unido mostra que a semana de quatro dias é, sim, possível. Aqui no Brasil, há um mês, o setor administrativo de um hospital de São Paulo começou a trabalhar só de segunda a quinta.
“No começo, a gente fala: ‘Poxa, como vou colocar cinco dias de rotina dentro de quatro dias?’ Então, conforme você vai dialogando com fornecedores, eles já sabem que não trabalho na sexta”, diz o gestor de compras Wilson de Souza.
O hospital faz parte de um grupo de 21 empresas e instituições brasileiras que participam da pesquisa global sobre a semana de quatro dias.
“A gente já teve uma fase de inscrição e a gente está nessa fase de planejamento, com aulas, com trocas, com assessoria jurídica. Então, a gente, junto com a empresa, vai co-criar qual o melhor formato para cada uma delas”, destaca Renata Rivetti, diretora da Reconnect Happiness at Work.
As empresas envolvidas na pesquisa têm autonomia para decidir em que dia da semana os funcionários vão folgar – nem sempre é sexta. E os próprios funcionários recebem orientações sobre como otimizar o tempo de trabalho.
Além do Brasil e do Reino Unido, outros onze países fazem parte do estudo.
O diretor do hospital explica que decidiu participar depois de notar que os funcionários estavam particularmente cansados desde o início da pandemia.
“As faltas e os atrasos diminuíram. O foco no trabalho também melhorou muito. As entregas melhoraram muito””, relata Eduardo Hagiwara.
Cada empresa participante fará uma experiência de seis meses. Depois, elas vão decidir se continuam nesse esquema de trabalho ou não.