Na corrida por metas e lucros recordes, o Head da Regional Santos e Litoral, do Santander, assedia com ranking em lives e pressiona em grupos de whatsapp e telefonemas pelo celular
O Head da Regional Santos e Litoral (Superintendente Regional), que abrange as cidades de Santos, São Vicente, Guarujá, Cubatão e Bertioga vem cometendo assédio, segundo denúncias, nos gerentes destas bases com reuniões virtuais para comparar e pressionar por cumprimento de metas.
“Ele realiza lives para expor os subordinados em rankings de comparações por metas diariamente. Além disso, também pressiona em grupos de whatsapp e telefona para os celulares dos funcionários. Temos provas do assédio e vamos entrar em contato com a superintendência de Relações Sindicais. Caso não haja melhora no ambiente de trabalho tomaremos as medidas jurídicas”, explica Fabiano Couto, secretário de Comunicação do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e funcionário do Santander.
A Cláusula 39ª do Convenção do Contrato de Trabalho (CCT) assinada pelo Santander na Campanha Salarial 2024/25 é bem explícita sobre cobranças:
O constrangimento público pode afetar negativamente a autoestima, o bem-estar emocional e até mesmo o desempenho dos colaboradores. É fundamental que os gestores e líderes tenham respeito e consciência do impacto das suas ações e comunicações sobre a equipe.
Santander lucra 10 bi com muita demissão
O Santander lucrou nos noves primeiros meses deste ano, R$10 bilhões, uma alta extraordinária de 40,5%, três vezes maior do que a alcançada no lucro global do banco espanhol.
“O banco espanhol vem massacrando seus funcionários com pressão intensa por metas, assédio diário, demissões, terceirizações, fechamento de agências, acúmulo de serviços, falta de segurança e total desrespeito aos trabalhadores e o movimento sindical. Em 2025, vamos continuar nossa luta contra tudo isso”, afirma Fabiano Couto.
Mesmo faturando tanto dinheiro, o Santander fechou 706 postos de trabalho nos últimos doze meses, sendo 568 apenas no terceiro trimestre de 2024. A redução drástica acontece ao mesmo tempo em que aumenta a demanda de clientes, que somou 68,8 milhões de pessoas em setembro, com 3,4 milhões de novos clientes em relação ao ano anterior.
“Na baixada santista, nos últimos cinco anos foram 82 demissões e 14 agências fechadas. Os trabalhadores estão sobrecarregados, adoecendo e não aguentam mais metas”, finaliza Fabiano.