Banco afirmou que não haveria mudanças significativas e no outro dia apresentou mudanças nos segmentos Select (alta renda) e PJ, que impacta na vida dos funcionários no Brasil inteiro
Dia 25/11/25, o movimento sindical se reuniu com o Santander para discutir a reestruturação do banco. Durante o encontro, os representantes do Santander negaram a implementação de mudanças. Entretanto, no dia seguinte, a reestruturação foi divulgada nas redes sociais.
A postura do banco demonstrou um grande desrespeito aos trabalhadores e aos seus representantes. Em resposta, os membros que compõe a Comissão de Organização dos Empregados (COE) enviaram correspondência para a vice-presidente de Recursos Humanos do Santander, Germanuela de Almeida de Abreu, reivindicando negociação urgente sobre o tema e exigindo uma interlocução séria.
“O banco espanhol está fazendo mudanças em segmentos, como Select (alta renda) e PJ. Chegou final de ano o Santander anuncia seu presente às avessas, para os funcionários. No decorrer da década, foram demissões, tentativas de aumentar a jornada para os sábados, retirar portas giratórias, mudanças significativas nas jornadas de trabalho, denominação de lojas, terceirizações e agora este. O Sindicato está atento, exige transparência e negociações sobre mais isso. Denuncie as mudanças significativas”, diz Fabiano Couto, dirigente sindical dos bancários de Santos e Região e bancário do Santander.
Lucro e demissões
O Santander Brasil acumulou R$ 11,5 bilhões de lucro nos primeiros nove meses de 2025 e segue entre os três maiores bancos privados do país, ostentando o melhor índice de eficiência do setor (37,5%). Deste total, apenas 40% são do banco e 60% das demais empresas do grupo. A operação brasileira também é uma das principais responsáveis pelos resultados globais do grupo. Porém, esse excelente desempenho contrasta com uma reestruturação que atinge diretamente quem trabalha.
Desde 2019, o banco fechou 1.367 agências – uma queda de 58,7% – que passaram a ser chamadas de “lojas” nos balanços. No mesmo período, o número de clientes cresceu em 22,3 milhões (+47,4%). Com isso, a sobrecarga se ampliou: o número médio de clientes por empregado subiu 36,1% (de 988,8 para 1.346,2) e o número de clientes por agência aumentou 256,9%. A holding também encolheu, com 2.171 demissões em apenas três meses e 3.288 em doze meses.