Em mais uma situação absurda, banco premia líderes das equipes vencedoras por venda de seguros, mas penaliza bancários que fizeram a comercialização da forma orientada pela chefia premiada
Desde o mês de julho passado, o Santander exigiu a intensificação das vendas de seguros. Para incentivar a campanha, o banco prometeu um safari na África, mas somente para os gestores das equipes vencedoras. Para os gerentes PF e PJ sobrou punição.
Isso porque esses bancários foram pressionados pelos líderes a venderem os seguros com um valor maior na primeira parcela e as demais com valor menor – a chamada venda com endosso no próximo mês.
Após terem seguido as ordens dos líderes, alguns gerentes foram punidos. E só ganharam a viagem Heads e Regionais do banco.
“O Santander é o rei da injustiça com seus funcionários na distribuição de remunerações, faz pressão por metas, seus gestores endossam a forma de vender dos subordinados e depois ganham todas as benesses. Enquanto os PJs e PFs ficam com a punição, que pode levar a diminuição da RV e perseguição na hora de serem promovidos. É inaceitável,” diz Fabiano Couto, secretário de Comunicação do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e bancário do Santander.
O movimento sindical entrou em contato com o Santander para cobrar esclarecimentos, e para que as punições sejam retiradas. “Estamos cobrando do banco que sejam cumpridas as normas internas e as regras dos programas. Não pode haver privilégios para alguns, com prêmios em viagens, que resulte em punição aos colegas da rede”, diz Wanessa, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE).
Cobrança intensa
Segundo sindicalistas, os gerentes PJ e PF foram cobrados de forma muito intensa pelos seus líderes, tanto de agências, como de polo, de plataforma e outras áreas. “Tudo porque os gestores seriam beneficiados com um safari na África. Foram feitas as vendas, foi feita a apuração, houve os ganhadores. Só que agora, no final da campanha, alguns gerentes receberam carta orientativa, advertência ou medida disciplinar, porque eles venderam o seguro com endosso sob orientação ou pressão de seus líderes”, explicam.
“O endosso existe, pois, a cobrança de meta é altíssima e só ofertamos com mais intensidade o seguro que os ganhadores (Heads e Regionais) nos cobraram por isso. Diziam ‘faz, faz que a gente resolve depois”, relatou um trabalhador da área.
O movimento sindical cobrou do Santander a suspensão das punições para os gerentes.