O retorno sobre patrimônio líquido anualizado (ROAE) foi de 17,5%. Lucro aumenta, agências somem, bancários adoecem ou são demitidos!
O Santander Brasil reportou lucro líquido de R$ 4 bilhões no terceiro trimestre de 2025, o que representa um crescimento de 9,4% na comparação com igual etapa do ano passado e 9,6% acima do reportado no segundo trimestre de 2025. A média das previsões de analistas indicava lucro de R$ 3,71 bilhões.
Já o lucro contábil somou R$ 3,944 bilhões, elevação de 9,8% na comparação com 2T25.
“Infelizmente, este lucro é em função de demissões, inclusive de funcionários PCDs; fechamento de agências e unidades bancárias, pressão por metas que adoecem, terceirização fraudulenta e gestão totalmente desumana. É importante que os colegas se conscientizem que a mobilização e o fortalecimento do nosso sindicato é a única forma de defesa e para enfrentar todos esses problemas no ambiente de trabalho”, explica Fabiano Couto, secretário de Comunicação do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e bancário do Santander.
Conforme a economista do Dieese Vivian Machado, o Santander teve redução de 50,4% de seus trabalhadores bancários, caindo de 36.743 em 2019 para 18.230. Entre 2019 e 2024 foram fechadas 301 agências do Santander em todo o país, passando de 2.731 para 2.430, redução de 11%. Somente entre junho de 2024 e junho de 2025 foram encerradas 558 unidades bancárias, passando de 2.446 para 1.888 estruturas físicas de atendimento.
Lucro continua e a categoria vira campeã em adoecimento
O retorno sobre patrimônio líquido anualizado (ROAE) foi de 17,5%, avanço de 0,5 ponto percentual (p.p.) na base anual e de 1,2 p.p. na base trimestral.
A receita total do Santander somou R$ 20,760 bilhões no 3T25, crescimento de 1,0% em relação ao 3T24 e uma elevação de 0,8% na comparação trimestral.
Já as despesas gerais totalizaram R$ 6,4 bilhões no trimestre, uma redução de 0,5% na base anual, mas uma elevação de 0,2% em relação ao segundo trimestre
A carteira de crédito ampliada totalizou R$ 688,8 bilhões no 3T25, um crescimento de 3,8% na comparação com 3T24 e de 2% em relação ao 2T25. Os ativos totais atingiram R$ 1,253,9 trilhões ao final de setembro de 2025.
Adoecimento geral
Os bancos são responsáveis por 0,8% do estoque de empregos e 1,5% do total de afastamentos por doenças. Segundo o INSS, em 2022, com relação ao auxílio doença previdenciário, a taxa de afastamento nos bancos comerciais chegou a 289,7 para cada mil vínculos.
Os bancários adoecem com frequência devido a um modelo de gestão focado em metas agressivas, que gera estresse, assédio moral e sobrecarga de trabalho. Adoecimentos relacionados à saúde mental, como ansiedade e depressão, são os mais comuns, mas também há problemas físicos como sobrepeso e hipertensão. A situação é agravada pelo medo da discriminação e perda do emprego, o que leva à subnotificação dos casos.