O ano foi marcado pelo aumento das provisões por conta de inadimplência em 72,7%, o que reduziu seu lucro em 21% em relação a 2021
O Santander Brasil alcançou lucro líquido gerencial de R$ 1,689 bilhão no quarto trimestre de 2022, cifra 46% menor do que no terceiro trimestre de 2022 e uma queda de 56% na comparação com o mesmo período de 2021, informou a instituição financeira nesta manhã de quinta-feira (2).
O lucro líquido foi de R$ 12,9 bilhões em 2022 com queda de 21,0% se comparado com o mesmo período do ano anterior. O ano foi marcado pelo aumento das provisões em 72,7%, diante da maior inadimplência de clientes pessoas físicas. Além disso, as margens do Santander foram pressionadas por perdas da tesouraria, diante do impacto negativo da alta dos juros sobre a carteira de títulos do banco.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) foi de 8,35% no 4º trimestre de 2022, uma queda de 7,3 pontos percentuais no trimestre. Em 2022, o índice ficou em 16,3%, 4,9 pontos percentuais abaixo em relação a 2021.
As despesas líquidas com provisões para devedores duvidosos (PDD) ficaram em R$ 7,364 bilhões, 18,6% acima ante o trimestre anterior e 99,4% em relação ao quarto trimestre de 2021. Ao mencionar provisões, o banco não citou diretamente o caso Americanas, mas destacou um “evento subsequente” no crédito de atacado que afetou essa linha do resultado, sem mencionar o valor provisionado. Segundo lista de credores, o Santander Brasil tem R$ 3,65 bilhões a receber da varejista.
A carteira de crédito atingiu R$ 489,687 bilhões no dia 31 de dezembro de 2022, representando crescimento de 5,8% se comparado com o mesmo período do ano anterior.
A carteira de pessoas físicas, por sua vez, cresceu 8% (principalmente por Consignado, Imobiliário e Crédito Pessoal) e Pequenas e Médias Empresas subiu 7,2%. No trimestre, a carteira cresceu 1,1% com destaque para Pessoas Físicas, influenciada principalmente por movimentos sazonais de final de ano – com destaque para as linhas de Cartão de Crédito e crédito consignado por efeito principalmente do aumento da margem de consignado.
A margem financeira bruta alcançou R$ 12, 517 bilhões no quarto trimestre de 2022, com queda de -0,6% em relação ao 3T22 refletindo principalmente o menor resultado com clientes no período que apresentou queda de -2,6%.