Por meio de comunicado interno, presidente do Santander anunciou suspensão de movimentações e contratações da plataforma Meu Lugar; mesma lógica não vale para suspender demissões ou rever meta de lucro de 2020
Por meio de comunicado interno, Sergio Rial, presidente do Santander no Brasil, anunciou a suspensão até abril de “movimentações e contratações” da plataforma Meu Lugar. Para justificar a “pausa”, Rial cita a redução da taxa básica de juros (Selic) para 4,5% ao ano, que segundo o executivo cria um “cenário que não está claramente definido no setor”.
Por outro lado, no dia 14 de dezembro, durante a festa de final de ano, o próprio Rial anunciou que a meta de lucro para 2020 é de R$ 16 bilhões.
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Considerando que o lucro em 2018 foi de R$ 12,398 bilhões e que até setembro deste ano o banco lucrou R$ 10,8 bilhões, a meta fixada é ousada e terá de ser entregue por um quadro de funcionários muito menor. O resultado dessa equação é óbvio: mais pressão, sobrecarga e adoecimento dos trabalhadores. É curioso, para dizer o mínimo, que a redução da Selic sirva como argumento para suspender promoções e contratações e, por outro lado, não seja um argumento válido para rever o apetite insaciável do Santander por resultados cada vez mais expressivos.
O Santander realizou um grande número de demissões durante todo o ano, que se intensificaram ainda mais nos últimos dois meses.
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O Santander opera como concessão pública no Brasil, país do qual retira a maior parcela do seu lucro mundial, e deveria oferecer contrapartidas para a sociedade. Entre elas, um bom atendimento à população, tarifas e taxas não extorsivos, não adoecer seus trabalhadores e não contribuir para a já elevada taxa de desemprego no país. Infelizmente, o banco espanhol faz exatamente o contrário. Lembrando que o lucro dos bancos, mesmo em conjuntura econômica adversa, segue batendo recordes.
Com a suspensão do Meu Lugar, a gestão do Santander joga mais uma vez a responsabilidade de obter resultados cada vez mais expressivos apenas nas costas dos trabalhadores, mesmo sacrificando a saúde dos mesmos. Agora, ficam duas perguntas ao presidente Rial. Devido ao “cenário que não está claramente definido no setor”, seguindo a sua própria lógica, as demissões também serão suspensas até abril? A redução da Selic também justificará a revisão da meta de 2020?
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Fonte: Sindicato dos Bancários de SP – 23/12
Escrito por: Redação Spbancarios