Em rodada de negociação realizada ontem, quarta-feira, 14 de agosto, representantes das empresas sugeriram reajuste abaixo da inflação e teto que diminuiria ganho dos financiários
Apesar de os representantes dos financiários terem aberto a reunião cobrando das financeiras responsabilidade com a mesa de negociação e a proposta global para um acordo, os representantes das empresas não levaram nada a sério.
Trouxeram para a reunião uma proposta de reajuste para salários e demais verbas de 80% do INPC. Ou seja, abaixo da inflação.
Além disso, para a PLR a proposta foi de pagamento de até 5% do
lucro e com teto de 1,8 salário, o que rebaixaria os ganhos de quem tem salários mais baixos e trabalha muito.
“Nossa data base foi 1º de junho, entregamos nossa pauta em 9 de maio. E depois de quatro rodadas de negociação vieram com uma proposta tão ruim que tivemos de rejeitar imediatamente, na mesa desta quarta-feira”, afirma a secretária de Organização do Ramo Financeiro e Política Sindical da Contraf, Magaly Fagundes.
Os sindicalista não aceitaram retirada de direitos ou rebaixamento nos ganhos dos financiários.
Uma nova rodada de negociação será realizada em 22 de agosto, em São Paulo. E os trabalhadores cobram respeito.
Razões para rejeitar
A proposta apresentada pela Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), de aumento de 80% do INPC, representa reajuste de apenas 2,67% para salários e demais verbas. O índice imporia aos trabalhadores perda de 0,65%.
A reivindicação é de aumento acima da inflação e reajuste maior para vales alimentação e refeição, que sequer foi apresentado.
A proposta de PLR representaria perdas de R$ 1.729 para quem ganha o piso de R$ 2.940. Salários de até R$ 4.500 perderiam com essa proposta de 5% de distribuição do lucro líquido com teto de 1,8 salários para a PLR.
Também não houve retorno por parte dos representantes das empresas sobre a proposta de dois anos. Nem sobre a alteração da data base (atualmente em 1º de junho) para se adequar ato tempo que as financeiras levam para apresentar propostas. A pauta de reivindicações foi apresentada em 9 de maio e somente agora, mais de três meses depois, foi apresentada essa proposta muito aquém do que os trabalhadores merecem, afirmaram os sindicalistas.
Dados dos financiários
A Acrefi ressaltou a importância da discussão mais abrangente realizada até agora, inclusive para o setor patronal. Uma pesquisa sobre Rosto dos Financiários, com dados fundamentais sobre a categoria, deve finalmente ser feita.
Acrefi, Fenacrefi, Sindicrefi se comprometeram com a realização do combate à violência contra a mulher: treinamento, cartilhas e compromisso efetivo no combate, disseram.
Sobre o assédio moral, os representantes das financeiras se comprometeram com uma cláusula de combate. “Também já existem ações nesse sentido, mas vamos trabalhar em cima disso, além de cuidados de promoção à saúde de uma forma geral”, informaram os negociadores das financeiras.