Comissão de Valores Mobiliários abriu 19 processos para investigar rombo que passa dos R$ 20 bilhões na empresa, mas quatro deles foram encerrados. Os dois mais avançados contra a Americanas são sobre atuação do ex-presidente do Santander Brasil e ex-executivo da empresa varejista, Sérgio Rial
Os dois processos administrativos mais avançados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) contra a Americanas dizem respeito ao ex-CEO, Sergio Rial, e à atual CFO da companhia, Camille Faria. Os processos são classificados como “sancionadores” (nos quais há acusação formulada).
No caso de Rial, a apuração envolve “eventuais irregularidades na divulgação de notícias, fatos relevantes e comunicados, relacionadas à realização de teleconferência”, em 12 de janeiro deste ano. Para Camille Faria, as apurações envolvem eventual falha de divulgação de informações relevantes pela varejista, “a respeito das propostas de capitalização e renegociação de dívidas com os credores e à avaliação de venda de ativos, conforme notícias divulgadas na mídia”.
A CVM divulgou sexta-feira (23) uma atualização de todos os processos que envolvem o caso Americanas. Dentre eles, há dois inquéritos administrativos em enfiamento: um sobre irregularidades em informações contábeis e outro para investigação de possível uso de informação privilegiada (insider trading).
Dentre os 19 processos administrativos em procedimento de análise, quatro foram encerrados. Um deles dizia respeito à atuação das agências de classificação de risco de crédito no âmbito das emissões que contavam com a Americanas S.A. como devedora ou coobrigada. A autarquia afirma não ter encontrado irregularidades.
Os demais 15 processos sob análise dizem respeito, entre outras coisas, a denúncias anônimas sobre má gestão da companhia, atuação de intermediários como coordenadores líderes de ofertas, bem como à atuação das empresas de auditoria KPMG e PricewaterhouseCoopers (PWC).