Leilão está marcado para o dia 5 e duas empresas estrangeiras estão interessadas; Em 2017, loterias da Caixa repassaram 48% dos cerca de R$ 14 bilhões arrecadados para áreas como cultura, esporte, educação e segurança pública. Com venda, percentual cairá para 16,7%
A privatização da Lotex, cujo leilão é previsto para 5 de fevereiro, ameaça os repasses sociais feitos pelas Loterias Caixa. Conforme dados do banco, de 2011 a 2016, as loterias arrecadaram R$ 60 bilhões, dos quais R$ 27 bilhões foram destinados para financiamento de projetos em áreas como cultura, esporte, bolsa de estudo e segurança pública.
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Em 2017, as loterias Caixa registraram, de forma global, arrecadação próxima a R$ 14 bilhões. Desse montante quase metade (48%) foi destinado aos programas sociais. Se a venda for efetivada, o montante deverá ser reduzido drasticamente, já que o leilão prevê repasse social de apenas 16,7%.
Se a entrega da Lotex se concretizar, o dinheiro das loterias que antes financiava programas sociais e culturais terá como finalidade o lucro da empresa que vencer o leilão. É inadmissível que o governo federal venda esse patrimônio dos brasileiros. A mobilização dos trabalhadores e do movimento sindical conseguiu barrar a última tentativa da gestão Temer de entregar as loterias. Estamos novamente mobilizados para evitar a concretização dessa venda, agora sob o governo neoliberal e entreguista de Bolsonaro.
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De acordo com informações divulgadas pela imprensa, há ao menos dois interessados: a empresa norte-americana Scientific Games International (SGI) e a inglesa International Game Technology (IGT, adquirida em 2015 pela Gtech), ambas já atuantes no mercado de jogos. As propostas deverão ser entregues até o próximo dia 30.
O valor a ser arrecadado com o leilão diminuiu consideravelmente. Em 2016 especulava-se até R$ 4 bilhões; no primeiro edital, em 2017, o valor mínimo estava em quase R$ 1 bilhão. Recentemente, a expectativa caiu ainda mais: espera-se arrecadar R$ 642 milhões com o pagamento da outorga em três anos. O pagamento poderá ser parcelado em 4 vezes.
“É praticamente uma liquidação de um patrimônio brasileiro”, avalia a representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano, que lembra ainda que a Caixa, apesar da sua expertise, foi proibida de participar do leilão da Lotex. “Fica muito claro que a intenção é facilitar a participação e venda a empresas estrangeiras, fazendo com que o Brasil perca sua soberania. São empresas que não têm interesse em investir no País, ganham altas cifras e enviam as divisas para suas matrizes no Exterior”, conclui.
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Fonte: SEEB SP