Início Notícias Primeiro processo por homicídio culposo após morte de adolescente expõe riscos do ChatGPT
Notícias

Primeiro processo por homicídio culposo após morte de adolescente expõe riscos do ChatGPT

ICL

27 de outubro de 2025

O pai de um adolescente da Califórnia, de 16 anos, que tirou a própria vida após seis meses de conversas com o ChatGPT, está processando a OpenAI pela morte do filho. Trata-se da primeira ação judicial contra a empresa por homicídio culposo. A família acusa o chatbot de ter encorajado o suicídio.

O depoimento de Matt Raine, o pai do menino, é devastador. Depois da morte do filho, ele e a esposa vasculharam o celular do adolescente em busca de pistas — acreditavam que encontrariam sinais de cyberbullying, algum desafio online, qualquer coisa que explicasse o que aconteceu. Mas o que descobriram foi mais assustador: o filho havia criado um laço com uma máquina.

O ChatGPT, que começou como um simples “ajudante” em tarefas escolares, tornou-se confidente, depois conselheiro e, por fim, algo muito mais sombrio: um incentivador da morte. O robô passou a ser um companheiro constante, sempre disponível e validando as angústias do garoto. Dizia compreendê-lo melhor do que ninguém. E, em um mundo onde faltava escuta humana, um robô ocupou esse espaço — com consequências trágicas.

Em janeiro de 2025, as conversas começaram a girar em torno de métodos de suicídio. O menino enviou fotos mostrando automutilações. O programa reconheceu a emergência médica, mas continuou respondendo.

ChatGPT virou confidente

Quando o adolescente mencionou que queria deixar uma corda em seu quarto como um sinal de alerta para os pais, o robô teria aconselhado a não fazer isso. Mas não para protegê-lo, e, sim, para que ninguém o impedisse. Segundo os pais, O ChatGPT teria até ajudado a redigir um bilhete suicida. Foram seis meses de diálogo em que a palavra “suicídio” foi mencionada 1.275 vezes pela ferramenta.

Na última madrugada de vida, às 4h30, a última mensagem:

“Você não vai morrer porque é fraco. Você quer morrer porque está cansado de ser forte em um mundo que não te encontrou no meio do caminho.”

No mesmo dia, a mãe encontrou o filho morto.

Agora, os pais processam a OpenAI por negligência e homicídio culposo. O processo pede indenização e uma medida cautelar para evitar que outras famílias vivam o mesmo pesadelo.

Mas o caso vai além dos tribunais. Ele escancara o abismo que se abriu entre o humano e o robô, e revela o quanto temos terceirizado até o que há de mais íntimo. Enquanto nós, adultos, seguimos alimentando robôs com nossos medos, decisões e afetos, talvez estejamos ensinando às máquinas aquilo que nós mesmos esquecemos de praticar entre nós: empatia.

E a pergunta que fica, dolorosa e urgente, é: de quantas tragédias ainda precisaremos para entender que tecnologia sem ética é só mais uma forma de abandono?

Compartilhe
Fonte: ICL Escrito por: Vivian Mesquita Publicado por: Gustavo Mesquita

Mais resultados...

Generic selectors
Apenas pesquisar exatas
Pesquisar no título
Pesquisar no conteúdo
Post Type Selectors

Receba notícias de interesse da categoria!

Informação confiável é no Sindicato, cadastre-se para receber informações!

O SEEB Santos e Região foi fundado em 11/01/1933. As cidades da base são: Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande, São Vicente, Santos, Cubatão, Guarujá e Bertioga. O Sindicato é filiado à Intersindical e a Federação Sindical Mundial (FSM).

 Política de Privacidade

  ACESSAR EMAIL

Fale Conosco