Dados do Dieese também mostram comprometimento menor do salário mínimo na compra de produtos essenciais
Os preços da cesta básica continuam mantendo tendência de queda, e em outubro o valor caiu em 12 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. No ano, de janeiro a outubro, houve redução em 16 cidades.
Segundo a pesquisa divulgada nesta terça-feira (7), no mês passado as principais quedas foram registradas em Natal (-2,82%), Recife (-2,30%) e Brasília (-2,18%). Já as altas ocorreram em Fortaleza (1,32%), Campo Grande (1,08%), Goiânia (0,81%), São Paulo (0,46%) e Rio de Janeiro (0,17%). A cesta mais cara foi a de Porto Alegre (R$ 739,21) e a de menor custo, em Aracaju (R$ 521,96). O Dieese lembra que a composição da cesta é diferente nas capitais do Norte e do Nordeste.
Nos primeiros 10 meses deste ano, a única alta foi apurada em Aracaju: 0,17%. Os preços da cesta caíram de 0,38% (Natal) a 11,12% (Brasília). Em São Paulo, a variação foi de -6,72%.
Salário mínimo x cesta
Assim, com base na cesta mais cara (Porto Alegre), o Dieese calculou em R$ 6.210,11 o valor do salário mínimo suficiente para as despesas básicas de um trabalhador e sua família. Isso corresponde a 4,60 vezes o mínimo oficial (R$ 1.320). A proporção caiu: era de 4,76 em setembro e de 5,33 vezes em outubro do ano passado.
Também diminuiu o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica. Segundo o Dieese, passou de 108 horas e 2 minutos, em setembro, para 107 horas e 17 minutos. Há um ano, a jornada média era de 119 horas e 37 minutos. Além disso, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo comprometeu, em média, 52,72% de sua renda líquida com a cesta básica. Era de 53,09% em setembro e de 58,78% um ano atrás.
Quedas e altas de preço
Assim, de setembro para outubro, os preços médios do leite integral diminuíram em 15 capitais. Já o valor do quilo do feijão carioquinha diminuiu em todas as cidades onde é pesquisado (capitais do Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Belo Horizonte e São Paulo), enquanto o quilo do tomate diminuiu em 12 capitais.
Entre as altas, o preço do quilo da batata aumentou em todas as capitais do Centro-Sul, onde esse produto é pesquisado. O quilo do arroz agulhinha ficou mais caro em todas as cidades. E o valor do quilo do pão francês aumentou em 13 capitais.