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No governo Dilma o Funcionário Público não tem o que festejar

27 de janeiro de 2009

Berna Menezes
Em tempos de crise econômica e corrida por um lugar no futuro, o Brasil ao contrário do que é alardeado, tem investido quase nada na possibilidade de vir a ser o novo, investindo em nosso maior capital, o povo brasileiro. Deixar de ser um produtor de matéria prima e investir em tecnologia de ponta passa por ter um povo que se alimenta, tem saúde, boa educação, segurança, portanto, serviços públicos de qualidade. O povo paga e muito por estes serviços. No entanto, o que vemos é que estamos retrocedendo. Além da corrupção que consome boa parte do que arrecadamos, só este ano, o governo Dilma cortou de 50 bilhões do orçamento de 2012. Além disso, o governo anunciou mais cortes em agosto e entre eles o aumento do funcionalismo federal. Por isso, neste que seria o dia para comemorarmos a nossa profissão, não temos nada a festejar.

Todo trabalhador, por mais humilde que seja tem uma garantia: ele sabe quando vai ter aumento salarial no ano. Somente nós, funcionários públicos, não temos este direito garantido. Se quisermos aumento temos que fazer greve. Não temos política salarial, não nos garantem sequer a reposição da inflação. E, se formos demitidos, não temos FGTS. Foi assim que passamos dez longos anos do período de Fernando Henrique sem nenhum reajuste. Nossa grande esperança era que com a vitória de Lula essa realidade se alterasse. Grande decepção, no mesmo ano em que assumiu apresentou a proposta de Reforma da Previdência, aumentando a idade para a aposentadoria.

Portanto, se a população cresce, o governo corta gastos públicos, os funcionários públicos ficam sem aumentos, os serviços só podem piorar. E se fazemos greve tentam nos responsabilizando pela situação de abando destes serviços por parte dos sucessivos governos.

A experiência das Universidades Federais são um exemplo. Qualquer metodologia de avaliação aponta as universidades públicas como às melhores do país. Na Ufrgs e UFCSPA, por exemplo os professores tem no mínimo doutorado. Hoje mais de 80% dos técnicos tem graduação, mestrado ou doutorado. Corretamente o governo aprovou a ampliação das vagas nestas universidades. No entanto, não garantiu o aumento do espaço físico, contratação de novos profissionais, segurança e nossos salários não são reajustados desde 2007. Portanto, as universidades públicas estão em risco.

E, como o governo Dilma tem reagido a tudo isso? Estamos desde 2007, data de nosso último reajuste, negociando com o governo. Depois de mais de 30 reuniões entramos em greve. O governo Dilma não recebeu nossa Federação para negociar nenhum dia. Contraditoriamente, no início de julho deste ano, em uma reunião da Organização Internacional do Trabalho – OIT, na cidade de Turim, na Itália, o governo Dilma foi representado pelo secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva, para apresentar o modelo democrático e exitoso de negociação coletiva com o funcionalismo público. Mas aqui, do outro lado do Atlântico o negócio era bem diferente. Mais de um milhão de funcionários públicos tentavam em vão um acordo com o governo e com exceção de duas categorias ninguém conseguiu nada, nem sequer repor a inflação. Portanto, infelizmente no dia de hoje não temos nada a festejar.

É possível ainda mudarmos este país? Eu acho que sim. E, respondo com as palavras de Mia Couto, escritor moçambicano, “Ter futuro custa muito dinheiro. Mas é muito mais caro só ter passado”.
Fonte: Site da INTERSINDICAL

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