Dados foram divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)
As mulheres que ocupam cargos de direção e gerência no Brasil continuam enfrentando a disparidade salarial de gênero. Segundo um boletim especial do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado pela CNN Brasil neste sábado (8/3), Dia Internacional da Mulher, as diretoras e gerentes receberam, em média, R$ 6.798 por mês, enquanto os homens que desempenham as mesmas funções ganharam R$ 10.126. A diferença mensal de R$ 3.328 se traduz em um impacto expressivo no longo prazo: ao fim de um ano, as mulheres nesses cargos deixam de ganhar cerca de R$ 40 mil em comparação aos seus colegas do sexo masculino.
A pesquisa, baseada em dados do 3º trimestre de 2024 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que a desigualdade salarial não se restringe às posições de liderança.
Nas camadas de menor remuneração, a disparidade também é evidente: 37% das mulheres que trabalham no Brasil recebem até um salário mínimo, contra 27% dos homens.
O estudo aponta ainda que o rendimento médio real mensal das mulheres é de R$ 2.697, enquanto o dos homens alcança R$ 3.459. Mesmo entre profissionais com nível superior, a diferença persiste. As trabalhadoras com diploma universitário ganham, em média, R$ 4.885, o que representa R$ 2.899 a menos do que os homens com o mesmo grau de escolaridade, que recebem R$ 7.784.
A desigualdade salarial identificada pelo levantamento abrange empresas de diferentes portes e setores, desde pequenos estabelecimentos comerciais até grandes corporações e multinacionais. Além disso, a análise contempla todo o território nacional, incluindo capitais, cidades do interior e zonas rurais.