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Metanol: cerveja, vinho ou destilado? Quais bebidas podem estar contaminadas?

João Valério/Governo do Estado de SP

6 de outubro de 2025

O aumento de casos de intoxicação por metanol em São Paulo e em outros estados do Brasil levantou uma dúvida entre os consumidores: afinal, quais bebidas oferecem maior risco de contaminação? De acordo com especialistas e órgãos de saúde, os destilados, como gim, uísque, vodca e cachaça, são os principais suspeitos na crise atual. Já a cerveja e o vinho apresentam risco mínimo, embora não estejam totalmente livres de adulteração criminosa.

O metanol é um solvente industrial altamente tóxico, impróprio para consumo humano, que pode causar cegueira irreversível e até morte. Ele pode estar presente nas bebidas de duas formas: por falhas no processo de destilação, quando não há descarte da fração inicial rica em metanol, ou por adulteração deliberada, em que criminosos adicionam o produto para aumentar o teor alcoólico a baixo custo. Esta última hipótese é a mais provável nas investigações em curso.

Segundo boletins oficiais, o Brasil registrou 59 casos de intoxicação por metanol. O estado de São Paulo concentra a maioria das notificações: foram 53 casos e oito óbitos suspeitos em investigação. Há também suspeitas em Pernambuco e no Distrito Federal.

Como pode ocorrer a contaminação por metanol?

Dois cenários principais podem explicar a presença do metanol nas garrafas:

  1. Produções clandestinas sem controle técnico: em destilarias ilegais ou falsificações, a separação do líquido da etapa inicial costuma ser ignorada. O resultado é uma bebida contaminada, sem qualquer controle de qualidade.
  2. Adulteração deliberada: além do erro técnico, criminosos adicionam metanol industrial diretamente às bebidas. O objetivo é aumentar o teor alcoólico ou diluir custos de produção, em uma prática ilegal.

O processo de destilação

No processo de destilação, a mistura fermentada é aquecida até que seus componentes evaporem em diferentes temperaturas. O metanol, mais volátil que o etanol (o álcool adequado para consumo), evapora primeiro. Essa fração inicial, conhecida como “cabeça”, é concentrada em metanol e precisa ser descartada para evitar contaminação.

Trata-se de uma etapa padrão e fundamental na produção lícita e segura de destilados. Se a “cabeça” não for eliminada, a substância permanece no produto final, levando a graves riscos de intoxicação, que podem incluir desde a perda de visão até a morte.

Cerveja e vinho: pouco risco de intoxicação

  • Na produção da cerveja, não há formação natural de metanol no processo de fermentação, e a adulteração deliberada seria economicamente pouco vantajosa, já que o preço da bebida é bem mais baixo. 
  • vinho, por sua vez, pode conter pequenas quantidades de metanol devido à fermentação da casca da uva, mas em níveis seguros, regulados por normas internacionais. Além disso, a presença do etanol no vinho ajuda a neutralizar os efeitos do metanol em baixas concentrações.

Destilados são o principal risco

  • As investigações apontam que as vítimas de intoxicação por metanol consumiram majoritariamente gim, vodca e uísque de origem suspeita. 
  • Em alguns casos, garrafas falsificadas imitavam marcas conhecidas, vendidas a preços muito abaixo do mercado. 
  • Por isso, autoridades reforçam a recomendação: desconfie de ofertas baratas demais, verifique rótulos e lacres e compre sempre em estabelecimentos confiáveis.

Sintomas e alerta

A intoxicação por metanol pode demorar até 24 horas para se manifestar. Os principais sintomas são visão turva ou perda repentina da visão, dor de cabeça intensa, confusão mental, náuseas, vômitos e dor abdominal. O atendimento médico imediato é importante: se iniciado nas primeiras seis horas após os sintomas, o tratamento com etanol em ambiente hospitalar pode impedir complicações graves.

Com as investigações da Polícia Civil e da Polícia Federal em andamento para apurar o possível envolvimento de uma rede criminosa na adulteração das bebidas, as autoridades reforçam a orientação: ao suspeitar de irregularidades, denuncie o estabelecimento ao Procon (pelo Disque 151 ou no site) ou à própria Polícia Civil (Disque Denúncia 181 ou no site). A Anvisa também pode ser contatada pelo Disque-Intoxicação 0800 722 6001.

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