Relatório Focus aponta queda nas estimativas do IPCA para os próximos anos e leve desaceleração do PIB, de 2,17% para 2,16%
O mercado financeiro diminuiu suas expectativas para a inflação dos próximos anos, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (27) pelo Banco Central. O relatório, feito com base nas previsões de mais de cem instituições financeiras, mostra que a inflação esperada para 2025 passou de 4,70% para 4,56%. Para 2026, a estimativa caiu de 4,27% para 4,20%. Já para 2027 e 2028, as projeções passaram para 3,82% e 3,54%, respectivamente.
Essas revisões indicam que o mercado vê uma melhora no controle dos preços, ainda que a inflação continue acima da meta de 3%, com margem de tolerância entre 1,5% e 4,5%. No entanto, a inflação acumulada em 12 meses até junho superou o teto da meta, o que obrigou o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, a enviar uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo ele, o aumento dos preços foi causado pela economia aquecida, variações no câmbio, alta no custo da energia e efeitos do clima.
O documento também apontou uma pequena redução nas expectativas de crescimento da economia. A previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 passou de 2,17% para 2,16%, e para 2026, de 1,80% para 1,78%. A taxa básica de juros (Selic) deve continuar em 15% neste ano e cair para 12,25% em 2026.
Mesmo com a melhora nas estimativas de inflação, especialistas avaliam que a queda nos preços deve acontecer de forma lenta, e que os efeitos sobre o poder de compra e o ritmo da economia ainda levarão algum tempo para aparecer.