Um Bancário teve de trabalhar suportando intenso sofrimento até o dia de sua cirurgia.
Sob a alegação de que o pedido de afastamento do ortopedista “não foi plausível” e que a dor que o bancário sente “não faz sentido”, o médico Marcos Alexandre Sanches da Costa obrigou um trabalhador a exercer suas atividades, no Itaú, até o dia da cirurgia.
Marcos, médico do trabalho contratado pelo banco para atuar no Ceic (localizado na capital), é alvo de uma série de denúncias ao Sindicato dos Bancários de São Paulo. Os trabalhadores alegam que os atestados apresentados, por meio dos quais outros médicos solicitam afastamento pelas mais diversas razões, são negados por Marcos.
# Itaú demite bancário em tratamento de saúde
O Itaú está descumprindo um compromisso que assumiu com o movimento sindical, em agosto de 2016, quando da mudança das regras sobre os atestados. À época, o banco disse que a intenção da Avaliação Clínica Complementar para atestados de cinco dias ou mais de afastamento não era contestar as licenças médicas. No entanto, é exatamente isso que está acontecendo no Ceic.
Problemão para os trabalhadores
O empregado que teve seu atestado negado havia sido afastado por seu médico pessoal por 12 dias. Marcos Costa, no entanto, rejeitou o atestado e pediu um relatório. O bancário teve de faltar novamente ao trabalho para pegar esse documento, já que mora em Mongaguá e lá é a clínica onde faz seu tratamento. Mesmo com o relatório em mãos, Marcos negou novamente o afastamento.
Como a dor persistiu, o trabalhador procurou um pronto-socorro em São Paulo que determinou licença de sete dias. O médico do trabalho do Itaú voltou a recusar. O bancário teve de trabalhar mesmo exposto ao sofrimento da dor até a cirurgia, que foi realizada em 19 de abril.
# Itaú impõe aumentos extorsivos nos planos de saúde
Representantes dos trabalhadores estão cobrando do Itaú para que reoriente esses médicos do trabalho.
Em outro caso, uma bancária foi considerada apta ao trabalho pelo médico e encaminhada para reabilitação, mesmo tomando medicamentos fortes e com dificuldade de locomoção.
# Curta a página do Sindicato no facebook
Esses bancários que voltam ao trabalho sem condições físicas e emocionais, ficam sujeitos à demissão em curtíssimo prazo, já que o programa de reabilitação não prevê estabilidade a esse empregado que não consegue atender às demandas do Itaú, como cumprimento de metas. O movimento sindical cobra que o banco respeite o compromisso assumido em 2016. Caso contrário, medidas políticas serão adotadas. Não é possível aceitar esse desrespeito aos trabalhadores. O SEEB SP aguarda uma posição do Itaú, mas até agora não recebeu retorno.
Denuncie ao Conselho Regional de Medicina
O médico do Itaú cita para os bancários uma lei de 1949 para contestar o atestado emitido por outros colegas. A legislação tão antiga ainda existe, mesmo num contexto em que o mundo do trabalho foi totalmente alterado.
A reportagem procurou o Conselho Regional de Medicina para saber se médico do Itaú infringia o Código de Ética Médica. O Cremesp informou que o Código não prevê nada nesse sentido.
E colocou à disposição dos trabalhadores um endereço eletrônico para informações. “Para obter informações sobre como formalizar a denúncia neste Conselho, o denunciante pode entrar em contato com o Departamento de Sindicâncias do Cremesp, pelo ssi@cremesp.org.br.”
>> Cadastre-se no whatsapp do Sindicato: clique aqui (pelo celular) e informe banco onde trabalha e seu nome.
Fonte: SEEB SP