A primeira fase da reestruturação do BB resultou no fechamento de 402 agências, extinção de 9.400 postos de trabalho e redução salarial drástica que atingiu quase 4 mil funcionários.
“Colocaram a raposa no galinheiro dos ovos de ouro”. O ditado popular explica com exatidão o que vem acontecendo dentro do Banco do Brasil, para atender interesses privados, mais precisamente, do Itaú. Em 2016 foi contratada, sem licitação, por “notório saber”, a Falconi Consultores de Resultados, para preparar o desmonte do BB, chamado oficialmente de “reestruturação”.
O trabalho desta empresa é enxugar a estrutura do banco público, preparando-o para a privatização, política do governo Fernando Henrique Cardoso, retomada pelo seu aliado, Michel Temer. Entre os membros do Conselho de Administração da Consultoria Falconi está Pedro Moreira Salles, à época da contratação Presidente do Conselho de Administração da holding Itaú Unibanco, atualmente Presidente do Conselho Diretor da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).
O absurdo é um banco privado estar conduzindo as políticas de um banco público, que tem um papel estratégico, o de fomentar o desenvolvimento econômico e social do país. No mínimo a situação configura um conflito de interesses, já que o desmonte da rede de agências, com extinção de milhares de postos de trabalho, abriu espaço para os bancos privados, entre eles o próprio Itaú. A primeira fase da reestruturação resultou no fechamento de 402 agências, extinção de 9.400 postos de trabalho e redução salarial drástica que atingiu quase 4 mil funcionários.
O concorrente continua dentro do BB. A mesma consultoria está fazendo o mapeamento dentro da Diretoria de Tecnologia do banco, um setor altamente estratégico a cujas informações o setor privado está tendo acesso. Seguindo a linha de “mãos de tesoura” da Falconi, de corte dos custos, há o temor de extinção de funções, abrindo espaço para a substituição de funcionários concursados por trabalhadores precarizados de empresas terceirizadas.
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Fonte: SEEB RJ