Dieese indicou 1.067 greves em 2022 e 721 em 2021, alta de 48%
Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) indicou que o Brasil teve 1.067 greves em 2022, alta de 48% frente ao ano anterior. Foram 721 em 2021.
O dado mostra que os movimentos sociais conseguiram se reerguer de alguma forma depois da fase mais aguda da pandemia (2020 e 2021). Do volume total, as paralisações de 2022 foram concentradas em 3 grupos, sendo 2 ligados ao funcionalismo (saúde e educação) e outro misto (motoristas de empresas de transporte coletivo).
Houve 634 paralisações de funcionários públicos e de empresas estatais no ano passado. Uma das categorias que se mobilizaram fortemente no decorrer do ano foi a dos professores. De acordo com o Departamento, há 2 fatores principais que sustentam esse aumento do número de greves no país:
1) taxa de crescimento modesta da economia;
2) setor público federal sem conceder aumentos relevantes de salários há cerca de 4 anos. Com anos de inflação alta e reajustes mínimos nos salários, os trabalhadores, sobretudo do setor público, estão mais propensos a protestar.
Os principais motivos das greves foram: reajuste salarial, piso salarial, alimentação, assistência médica, transporte, salários atrasados, melhores condições de trabalho, e melhoria dos serviços públicos.