Greve foi último recurso dos metroviários. Categoria reivindica manutenção dos serviços à população há várias campanhas
O Metrô de São Paulo aceitou a proposta dos trabalhadores metroviários de liberar as catracas para encerrar a greve. Com isso, o Sindicato dos Metroviários orientou os trabalhadores a retomarem seus postos para que as estações sejam abertas. Em vídeo nos grupos de Whatsapp da categoria e nas redes sociais da entidade, a presidenta dos Metroviários, Camila Lisboa, comunicou que o governo de São Paulo “aceitou o desafio” e fez a convocação.
“Conquistamos a catraca livre. Nosso patamar de negociação mudou. Agora a gente pode mostrar para a população que nosso objetivo não é prejudicar ninguém. Todos de volta ao trabalho, com uniforme”, disse a dirigente. Segundo o sindicato, a previsão é a de que as estações voltem a operar entre 10h e 11h.
O Metrô aceitou a proposta com a condição de que a toda a operação seja retomada. A paralisação começou na madrugada desta quinta, incialmente por tempo indeterminado, nas linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata. As três linhas afetadas pela greve respondem por 90% dos 2,8 milhões de passageiros transportados por dia por todo o Metrô de São Paulo.
Greve foi último recurso dos metroviários
Há três anos sem abono e acumulando funções, metroviários vêm há meses cobrando “o devido respeito” na atual campanha salarial. “A gente vem fazendo negociação com o Metrô desde o início do ano, alguns pontos avançaram, mas nas últimas duas semanas houve um retrocesso nessas negociações”, explicou a dirigente.
“O governador de São Paulo ,ontem (22), travou a negociação, ao determinar que não vai pagar o abono compensatório dos metroviários. Faz três anos que os trabalhadores não recebem a participação nos resultados. E nesses três anos a categoria trabalhou, ficou doente, se contaminou por causa da pandemia. A gente quer o devido respeito, quer o abono compensatório e quer a abertura de concurso público para contratação de funcionários. E essa é motivação da greve”, completou.
Com a continuidade das operações com catraca liberada para não prejudicar a população, as negociações continuam, mas ainda não há data para nova reunião da categoria com o setor patronal.