Na última e frustrada rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban, ocorrida na sexta-feira, dia 2, três dos maiores bancos no ranking de lucratividade no mundo, Itaú. Bradesco e Caixa Econômica resolveram radicalizar e diminuir a Participação dos Lucros pagas em anos anteriores, dizendo não para tudo e tentando empurrar 4,5% de reajuste goela abaixo dos bancários. Os negociadores da entidade patronal (Fenaban) informaram aos trabalhadores que se reuniriam nesta segunda, 5, com os presidentes dos bancos para discutir o impasse.
Veja quem está à frente das seis maiores instituições do país: Fábio Barbosa, presidente do Santander e da Fenaban, Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, Roberto Setúbal, do Itaú Unibanco, Conrado Engel, do HSBC, Aldemir Bendine, do Banco do Brasil, e Fernanda Ramos Coelho, presidenta da Caixa.
As empresas comandadas por estes seis mandatários têm algumas coisas em comum. Todas, cada qual dentro de seu perfil, trilham caminhos de sucesso e lucratividade crescente. Outro ponto em comum é o discurso adotado em suas (muitas) ações de marketing: responsabilidade social. Nenhum setor da economia se utiliza tanto dessas palavras quanto o financeiro. No entanto, se olharmos as ações de fato das empresas no trato com seus funcionários, veremos que o significado adotado pelos bancos para essa tal responsabilidade é nulo.
Enquanto dividem lucros enormes com seus acionistas, se recusam a criar uma regra mais clara e justa para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) dos bancários e, mesmo na regra atual, fazem malabarismos contábeis para diminuir o valor pago aos trabalhadores. Compram outras instituições em fusões bilionárias, mas não aceitam contratar mais bancários para diminuir o stress e as doenças ocupacionais da categoria e melhorar o atendimento dos clientes e da população. Gastam milhões de reais em publicidade e patrocínios, mas apresentam aos bancários uma proposta rebaixada de reajuste salarial, sem aumento real.
?Por isso, a greve continua, nesta terça-feira, dia 06, 13º dia de luta da categoria, em defesa do trabalhador bancário e de sua dignidade. Vamos todos endurecer e aumentar esta greve para que os banqueiros resolvam os seus problemas de ganância, avareza, disseminação da miséria e desrespeito ao trabalhador e povo brasileiro?, afirma Ricardo Saraiva Big, Presidente do Sindicato dos Bancários de santos e Região.