Movimentos da causa negra denunciam que o governo do estado de São Paulo recebeu com descaso a entrega de um dossiê contento relatos de violação aos direitos humanos da população negra e pobre da capital paulista. Nenhuma autoridade governamental no Palácio dos Bandeirantes se dispôs a receber os representantes dos movimentos na terça-feira (06). O documento foi protocolado na Casa.
O dossiê tem como eixo a tortura e morte dos motoboys Eduardo Luis Pinheiro e Alexandre Menezes dos Santos pela Policia Militar (PM). Segundo o integrante do Movimento Negro Unificado (MNU), Milton Barbosa, a atitude do governo em não receber os representantes é alarmante.
“Eles estão mostrando que vão continuar com a política de Estado de matar a população negra e pobre. A ação genocida sobre a população negra vem desde a abolição da escravatura, quando o negro foi desalojado do processo produtivo, e substituído pelo imigrante no mercado de trabalho. Agora é uma situação moderna e esse processo se aprofundou. Mas nós vamos enfrentá-los e esperamos derrotá-los.”
Os movimentos tem a expectativa de que o governador do estado, Alberto Goldman, se pronuncie a respeito dos assassinatos constantes de jovens pela PM. Segundo eles, o racismo dos policiais é a principal motivação dos assassinos.
Além de protocolado no Palácio dos Bandeirantes, o dossiê foi entregue para a comissão de combate ao racismo da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), para a Arquidiocese de São Paulo e para o Ministério Público. A nível internacional, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Organização das Nações Unidas (ONU) também receberão o documento.
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