A pesquisa semanal do Banco Central mostrou que expectativa para inflação e Selic para este ano foi mantida
Os cerca de 150 analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo Banco Central (BC) elevaram pela sétima vez seguida a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2024. Essa foi a principal mudança entre as projeções feitas sobre a economia nacional, reportadas na última edição do Relatório Focus, divulgado nesta terça-feira (2/4) pelo BC.
Agora, as estimativas captadas pelo Focus indicam que PIB do Brasil deve crescer 1,89% em 2024. Na semana passada, o número era de 1,85% e, na anterior, de 1,80%. Há um mês, ela estava em 1,77%. O Ministério da Fazenda prevê um avanço de 2,2% do PIB neste ano. Para 2025 e 2026, o mercado manteve a previsão de crescimento da economia em 2%, o mesmo número das semanas anteriores.
Inflação
De acordo com o Focus, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, deve terminar o ano em 3,75%, mesmo valor da semana passada. Antes disso, a estimativa era de 3,79%. Para 2025, a projeção manteve-se em 3,51%. No caso de 2026, o índice esperado permaneceu em 3,50%.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou a meta da inflação para este ano em 3%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ela será cumprida se ficar entre 1,5% e 4,5%. O mercado espera, portanto, que a inflação fique dentro da meta em 2024.
Dólar
Os analistas consultados pelo BC mantiveram as projeções para a cotação do dólar para dois anos. Ele deve ficar em R$ 4,95, em 2024, e em R$ 5,00, em 2025. Para 2026, houve uma leve elevação. O valor estimado passou de R$ 5,03 e R$ 5,04. Não houve mudança na previsão para 2027, que permaneceu em R$ 5,07.
Selic
Em relação à taxa básica de juros da economia, a Selic, o mercado não alterou a estimativa para o fim de 2024. Ela está em 9% ao ano. Para 2025 e 2026, a projeção segue em 8,5% ao ano. Isso apesar da recente mudança de tom do Banco Central em relação ao ritmo de queda da taxa.
Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 19 e 20 de março, a Selic foi reduzida em 0,5 ponto percentual e fixada em 10,75% ao ano. Esse foi o sexto corte seguido dos juros desde agosto de 2023. Uma nova reunião do colegiado do BC ocorrerá em 7 e 8 de maio, quando um novo valor da taxa será discutido.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do Banco Central para tentar conter a inflação. Isso porque, quando ela sobe, a atividade econômica tende a diminuir. A Selic é utilizada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia.