Representantes dos trabalhadores repudiam ação criminosa de “traidores da pátria” e afirmam que todos devem permanecer alertas
Oito centrais sindicais divulgaram nesta sexta-feira (5) nota em defesa da democracia e das instituições, afirmando que o 8 de janeiro é uma data que não pode ser esquecida. “Após quatro anos de um governo que flertava abertamente com o autoritarismo, chegamos perto de um golpe. Corremos o risco de ver a democracia, pela qual lutamos bravamente, ser destruída. E isso nos ensina a ficar alertas e permanecer lutando cotidianamente por sua manutenção”, afirmam. (Leia íntegra abaixo.)
Assim, as entidades dos trabalhadores ressaltam o “extenso e sólido” regime democrático no país e repudiam a ação golpista que completará um ano na próxima segunda-feira (8). Referem-se àqueles ataques como “escalada golpista organizada por traidores da pátria que não aceitaram o resultado soberano das eleições”.
Emprego, saúde, educação
Agora, acrescentam, é preciso permanecer em alerta para garantir a manutenção da democracia no Brasil. Ao mesmo tempo, o país precisa avançar na inclusão social, em especial dos mais vulneráveis.
“Precisamos avançar na geração de trabalho decente, na geração de mais empregos, na reindustrialização do país, no acesso à saúde, fortalecendo o SUS, e na garantia de acesso a todos os níveis da educação pública de qualidade”, ressaltam os sindicalistas. “E só podemos avançar através do esforço das instituições democráticas.”
Confira a íntegra da nota sobre o 8 de janeiro
Saudamos, neste 8 de janeiro de 2024, a democracia
Lembrar sempre para que não se repita
O movimento sindical dos trabalhadores e trabalhadoras repudia qualquer ato golpista e antidemocrático, como o fez em janeiro de 2023. Associa-se às manifestações do dia 8/1/2024 em comemoração à Democracia Inabalada que derrotou os arreganhos golpistas de 8/1/2023.
Vivemos um extenso e sólido período sob o regime democrático no Brasil, marcado por eleições periódicas, pela plena funcionalidade do Congresso Nacional, pela independência e harmonia entre os poderes e pela liberdade de organização e atuação das entidades civis.
A escalada golpista que culminou com o ato criminoso do dia 8/1/2023, organizada por traidores da pátria que não aceitaram o resultado soberano das eleições, não conseguiu interromper este período, que se estende desde o fim da ditadura militar, em 1985.
Cientes de que o Brasil tem desafios significativos à frente, reconhecemos a necessidade de avançar na inclusão social, garantindo acesso essencial à população mais vulnerável.
Precisamos avançar na geração de trabalho decente, na geração de mais empregos, na reindustrialização do país, no acesso à saúde, fortalecendo o SUS, e na garantia de acesso a todos os níveis da educação pública de qualidade. E só podemos avançar através do esforço das instituições democráticas.
Neste contexto, as entidades sindicais desempenham um papel central, garantindo a valorização salarial dos trabalhadores e das trabalhadoras, a conquista de direitos, condições de saúde e segurança nos locais de trabalho, bem como em manifestações por um sistema econômico e social que contemple a inserção do povo.
Desempenham também papel fundamental contra o autoritarismo. Foi assim, no período mais duro da ditadura militar quando, apesar das prisões, torturas, perseguições e intervenções, o movimento sindical resistiu e lutou por liberdade e por igualdade.
Hoje, para que o país avance, precisamos garantir que o caminho da democracia permaneça livre e seguro.
Após quatro anos de um governo que flertava abertamente com o autoritarismo, chegamos perto de um golpe. Corremos o risco de ver a democracia, pela qual lutamos bravamente, ser destruída. E isso nos ensina a ficar alertas e permanecer lutando cotidianamente por sua manutenção.
O movimento sindical sempre esteve na linha de frente da luta por um Brasil democrático. Por isso, convocamos a militância do conjunto das centrais sindicais a participar das atividades e atos em defesa da democracia neste 8 de janeiro de 2024.