Passadas as festividades de fim de ano, o brasileiro já começa a se preocupar com os altos gastos programados para os meses de janeiro, fevereiro e março: o trimestre em que o bolso míngua
o trimestre em que o bolso míngua
Além de IPTU, IPVA e material escolar, os tradicionais pesos financeiros nos primeiros meses do ano, 2023 será marcado por inflação alta e conta de luz elevada.
Com isso, é importante que as famílias estejam financeiramente preparadas para arcar com esses gastos — pontuais, em alguns casos. Essas são as principais contas do início do ano:
IPTU;
IPVA;
Material escolar;
Conta de luz;
Planos de saúde.
IPTU
O Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) é de âmbito municipal. As 5.570 cidades brasileiras têm o seu IPTU, cujo valor é calculado a partir do valor venal dos imóveis.
Na cidade de Santos/SP, o imposto foi reajustado em 10,07%.
Se o contribuinte não receber a notificação até sua data limite, seja para pagamentos à vista ou mesmo em parcelas, é preciso emitir a segunda via do boleto pela internet, que ficará disponível no site da prefeitura.
IPVA
Pesadelo dos donos de automóveis, o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) está sob o guarda-chuva dos estados e é gerido pelas secretarias de Fazenda. Em 2023, o imposto vai ficar 10,77% mais caro.
Isso porque a pandemia de Covid-19 afetou as linhas de montagem, levando a uma redução na capacidade de produção dada à falta de peças, sobretudo, os semicondutores. A queda do nível de produção elevou o preço dos carros novos e fez com que os usados também apresentassem forte valorização.
E, como o valor do IPVA é baseado no preço do valor venal do veículo, que subiu muito, o imposto — que incide anualmente sobre todo tipo de veículo, como carros de passeio, motos, ônibus e caminhões — vai ficar mais salgado.
Em São Paulo, tanto a consulta dos valores como o pagamento do imposto será realizado a partir do primeiro dia útil de 2023, dia 2, uma segunda-feira. O contribuinte poderá quitar o IPVA em aplicativos dos bancos, pela internet, nos caixas eletrônicos e na rede de agências bancárias.
De acordo com a Secretaria da Fazenda e Planejamento, o contribuinte paulista terá três formas de pagamento:
parcelada: entre três e cinco parcelas;
de uma única vez: desconto de até 3% (pagamento realizado em janeiro);
cota única ou parcelamento a partir de fevereiro: sem abatimento.
A quantidade de parcelas dependerá do valor do imposto. Só terá o direito de parcelar em até 5 vezes, quem tiver IPVA a pagar acima de R$ 342,60. Confira:
Entre R$ 205,56 e R$ 274,07: em 3 vezes, de janeiro a março
Entre R$ 274,08 e R$ 342,59: em 4 vezes, de janeiro a abril
Acima de R$ 342,60: em 5 vezes, de janeiro a maio
Material escolar
A dor de cabeça de início de ano tende ser maior ainda para os pais, com as longas listas de material escolar para o ano letivo, com itens cujos preços vão acompanhar a inflação e a alta do dólar.
Segundo levantamento da Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), o aumento nos preços desses itens deve variar entre 15% e 30%. A alta deve-se ao aumento dos custos de matéria-prima e pouca oferta de determinados produtos em meio à pandemia de Covid-19.
Para economizar na compra, a recomendação do Procon é que o consumidor procure reaproveitar materiais que tem em casa ou que faça uma pesquisa de preços antes da compra. Além disso, o órgão de defesa do consumidor recomenda que seja promovida uma troca de livros didáticos entre os alunos.
Segundo o Procon, o consumidor também deve estar atento: a lista de material escolar não pode incluir a compra de material de uso coletivo, como de higiene ou de limpeza, por exemplo.
Conta de luz
E se não bastasse os tradicionais gastos de janeiro, a conta de energia elétrica deverá continuar pesando sobre o orçamento dos brasileiros. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estima que a tarifa de energia elétrica deve subir 5,6% em 2023, em média, segundo dados apresentados ao grupo de Minas e Energia da equipe de transição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A agência destacou que os percentuais dependem de premissas que podem mudar até a definição dos reajustes nas tarifas, mas fez uma projeção:
7 distribuidoras devem ter reajustes superiores a 10%;
15 distribuidoras devem ter reajustes entre 5% e 10%;
17 distribuidoras devem ter reajustes entre 0% e 5%;
13 distribuidoras devem ter reajustes negativos (ou seja, a conta de luz ficará mais barata).
Planos de Saúde
Fiquem de olho: os planos de saúde individuais também devem sofrer reajuste. A conta deve chegar até abril de 2023, no aniversário da contratação de cada plano.
Quem utiliza o serviço precisa ficar atento às posições que serão tomadas pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), órgão que regula o setor e cria o índice oficial que ajusta esse serviço no país.