Hoje (12/5), São Paulo é marcado pelo "Dia das Mães de Maio", um reconhecimento ao movimento de mulheres guerreiras que lutam para que as execuções de seus filhos não fiquem impunes.
A data serve para lembrar todos os crimes do Estado, que mata essencialmente jovens negros da periferia, e reforçar a urgência de acabar com os grupos de extermínio e violência policial!
Na sexta-feira (9/5), o Movimento Mães de Maio, que iniciou sua batalha há 8 anos, recebeu a medalha Braz Cubas, na Câmara de Santos.
Massacre
Em maio de 2006, um verdadeiro massacre no Estado de São Paulo resultou em aproximadamente 500 assassinatos no intervalo de 10 dias. Segundo relatório da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), no episódio conhecido como “Crimes de Maio”, a maioria dos homicídios foi causada por agentes públicos e grupos de extermínio, após série de ataques atribuídos à facção criminosa PCC. O documento mostra que quase todos os casos foram execuções sumárias contra homens jovens, negros e sem passagem pela polícia. Uma prova contundente sobre quais são os alvos das balas do Estado de São Paulo!
A dor de centenas de famílias, que até hoje esperam respostas, se transformou em luta por meio do Movimento Mães de Maio. O grupo nasceu em Santos, é coordenado pela mãe de um dos assassinados, Débora Maria da Silva. Entre as pautas de luta estão: Memória, Verdade e Justiça sobre as execuções, a desmilitarização da polícia e o combate à violência estatal.
A militância dessas mulheres guerreiras já foi reconhecida por diversas entidades, por meio de premiações e a criação em São Paulo do “Dia das Mães de Maio”.
Porém, de nada adianta condecorar a batalha dessas vítimas do Estado se não houver mudanças de posturas. São urgentes ações efetivas para extinguir os grupos de extermínio e o consequente genocídio da população, que atinge especialmente a juventude negra das periferias. A diretoria do Sindicato dos Bancários de Santos e Região apoia e está junto nessa luta das Mães de Maio pelo direito à vida.
Fonte: Imprensa SEEB Santos e Região