No próximo dia 20 de novembro completará dez anos de um dos mais importantes símbolos do desmonte do patrimônio público: o leilão de privatização do Banespa, antigo banco do estado de São Paulo. Este leilão, que aconteceu na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, a fim de impedir manifestações massivas dos trabalhadores paulistas, só aconteceu cinco anos após o início do processo de venda do banco.
Foram mais de cinco anos de intensas lutas contra a privatização. E os bancários, em especial os banespianos, realizaram centenas de atividades, como assembléias com milhares de funcionários, manifestações, paralisações, debates nas comunidades, aprovação de moções contrárias a privatização em praticamente todas as câmaras municipais (eram, à época, cerca de 600 municípios), intensa luta jurídica e política que conseguiram impedir, por cinco anos, o PSDB levar a cabo a entrega do Banespa ao capital privado.
E uma grande greve de nove dias de muito enfrentamento com o governo e os rentistas que queriam se apossar daquele patrimônio foi um dos últimos capítulos daquele processo de desmonte.
No dia 20 de novembro de 2000 o banco Santander, com sede na Espanha, arrematou por uma pequena quantia, o importantíssimo patrimônio dos trabalhadores de São Paulo e do Brasil. Depois de tantas lutas, os trabalhadores reuniram-se em frente à matriz do banco no centro da capital paulista, e assistiram em um grande telão, o bater do martelo do leilão. Nos olhos de todos vieram as lágrimas, a revolta, o sentimento de derrota, mas a certeza da continuidade da luta dos trabalhadores contra o ideário neoliberal e seu constante ataque ao patrimônio público.
No próximo dia 19, sexta-feira, às 11h, em São Paulo um ato em frente a antiga sede do Banespa lembrará essas lutas.
Fonte: w