Nas últimas semanas foram divulgados dados que alardeavam uma diminuição histórica na desigualdade social no Brasil. Um olhar mais atento sobre os dados apresentados pelo IBGE desmonta essa tese. A população mais pobre não recebeu os frutos dessa redistribuição, de acordo com o IBGE em 2001, os 20% mais pobres no Brasil concentram 2,6% da renda nacional, em 2009 esse índice teve um aumento irrisório para 3,3%. Ou seja, a população mais pobre não foi beneficiada por essa “política de redistribuição de renda” que não atacou a concentração de renda no país.
Outro dado importante revelado pela pesquisa do IBGE é relativa a renda do brasileiro. Em 2009 50,5% das famílias brasileiras tinham uma renda de até 1 salário mínimo, equivalente a R$510,00, quantia insuficiente para atender as necessidades de um trabalhador.
Segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), para que o trabalhador pudesse ser atendido quanto “às suas necessidades vitais básicas e às de sua família, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social” o valor do salário mínimo deveria ser de R$ 2.023,89.
A desigualdade regional também persiste, as famílias das regiões Norte e Nordeste tem uma renda familiar muito inferior as famílias que residem nas regiões Sul e Sudeste. Enquanto no Sul apenas 2,9% das famílias tem renda de até um quarto do salário mínimo, no Nordeste esta taxa é de impressionantes 17,4%.
Esses dados referentes aos oito anos de governo Lula, mostram que a prioridade do governo em políticas assistencialistas, como o bolsa família, não alterou o quadro da desigualdade social brasileira.