As desapropriações e a falta de consulta à população sobre a construção do túnel submarino que ligará as cidades de Santos e Guarujá desagradam parte da população da Baixada Santista, que foi à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) para reunião promovida pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL) acerca do tema.
Giannazi defendeu que decisões de importância devem sempre ser precedidas de consulta à população das regiões afetadas. Anunciou que levará à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia o debate sobre as desapropriações nas regiões litorâneas e o direito das pessoas de serem ouvidas e respeitadas.
Débora Camilo, advogada e moradora do Macuco, em Santos, criticou que autoridades já levaram todo o projeto de construção do túnel resolvido sem participação popular. Segundo ela, o direito de opinar foi negado pela falta de "embasamento técnico" da população, que, de acordo com a advogada, "não existe por sua própria condição social". Falou também que existiam várias alternativas para o projeto, mas que a pior opção foi escolhida: "o túnel desemboca do centro da cidade de Santos". A advogada discorreu ainda sobre os impactos ambientais e sociais que a obra trará à região.
Sem autorização dos moradores
Morador do Estuário, também em Santos, Alexandre Cortês, empresário, reclamou de como as obras foram iniciadas, sem nenhuma prévia autorização dos moradores. Acusou a Dersa de agir com "terrorismo barato", e alertou sobre o fluxo de carros que será levado para dentro da cidade. "Só temos promessas. Não temos traçado, nem estudo."
Iara Pedro, que vive em Santos, falou que grandes obras não vêm para beneficiar a população, e que todos os bairros, além do Macuco e do Estuário, sofrerão os impactos que o projeto representa. "A desorganização do governo é tamanha que nem eles estão se entendendo", concluiu.
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Crédito: Foto: José Antonio Teixeira / Alesp
Fonte: Alesp