fbpx
Início Notícias Comissão da reforma trabalhista inicia atividades nesta terça,14
Notícias

Comissão da reforma trabalhista inicia atividades nesta terça,14

14 de fevereiro de 2017

Proposta deve provocar grandes embates entre governistas e oposição. “Isso não é reforma trabalhista; é a cassação de direitos historicamente conquistados. É jogar a CLT no lixo”, diz líder do Psol

A Câmara Federal prepara para esta terça-feira (14) a abertura dos trabalhos da comissão que irá analisar a proposta de reforma trabalhista enviada por Michel Temer ao Congresso Nacional.

 

Tendo como relator e presidente os deputados Rogério Marinho (PSDB-RN) e Daniel Vilela (PMDB-GO), o colegiado deverá ser palco de um dos maiores embates entre governo e oposição neste primeiro semestre do ano.

 

A medida tem como espinha dorsal o Projeto de Lei (PL) 6.787/16, que determina a prevalência do negociado sobre o legislado. Isso significa que eventuais convenções e acordos coletivos entre patrões e empregados tendem a se sobrepor aos ditames da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), prevista no Decreto-Lei 5.452/43. O PL também altera a Lei nº 6.019/1974, que dispõe sobre o trabalho temporário em empresas urbanas.

 

Centrais sindicais e parlamentares da oposição têm dito que, na prática, a medida implica o esvaziamento dos direitos trabalhistas. Para o líder do Partido do Socialismo e Liberdade (PSOL) na Câmara Federal, Glauber Braga (RJ), a reforma vem com o objetivo de fragilizar ainda mais o funcionário no contexto das relações com o patronato.

 

“O trabalhador é a parte mais frágil das relações de trabalho, exatamente porque o outro tem o poder da contratação. Então, a lei vem justamente pra tornar essa relação menos desigual. Se você retira isso, surge um desequilíbrio ainda maior”, avalia o deputado.

 

O PL prevê, a partir dos acordos coletivos, possibilidade de flexibilização em 13 pontos específicos dos contratos de trabalho. Entres eles, estão: jornada de 220 horas mensais; fracionamento de férias em até três vezes; participação nos lucros da empresa; intervalo de trabalho com mínimo de 30 minutos; banco de horas; trabalho remoto; remuneração por produtividade; e registro de jornada.

 

Para Braga, caso a proposta seja aprovada, o atual contexto econômico servirá de mote para acelerar ainda mais a deterioração da CLT.

 

“A partir do momento em que se tem o apelo da negociação para passar por cima de qualquer direito, isso será utilizado como instrumento de retirada de mais direitos, principalmente em um momento de crise econômica. Isso não é reforma trabalhista; é a cassação de direitos historicamente conquistados. É pra jogar a CLT no lixo”, critica o líder.

 

Velocidade

Assim como vem ocorrendo com outras medidas de austeridade, o governo trabalha para acelerar a apreciação da matéria e garantir a aprovação da reforma o mais breve possível.

 

Segundo o relator, Rogério Marinho, a estimativa é que o parecer seja votado no colegiado até julho. Ele tem um prazo de dez sessões do plenário para apresentar o relatório sobre o PL.

 

Em entrevista à imprensa nos últimos dias, Marinho defendeu a proposta, dizendo que a medida visa à modernização da legislação e que, na avaliação dele, deve ajudar o país no enfrentamento da crise econômica.

 

“Essa pressa é uma forma de evitar que o povo perceba o verdadeiro caráter da medida e o quanto ela é cruel para o país. (…) É preciso que nós nos mobilizemos porque estamos falando de medidas de retirada de direito que nem a ditadura militar ousou fazer”, disse a deputada Érika Kokay (PT-DF), acrescentando que o governo Fernando Henrique Cardoso também tentou emplacar a proposta do negociado sobre o legislado, mas não conseguiu, dado o caráter repulsivo da matéria.

 

“Por isso o governo tem pressa pra implementar a reforma, e é nesse sentido que precisamos reagir e traduzir tudo isso pra população”, destacou Kokay, correlacionando o PL 6.787 com a reforma da Previdência, também bastante criticada pelos segmentos populares.

 

Trâmite

Nesta terça, a comissão deve traçar um cronograma de atividades e decidir quais nomes devem ser convidados para participar dos debates sobre a matéria. No mesmo dia, também devem ser escolhidos o segundo e o terceiro vice-presidentes do colegiado.

 

Pelo regimento da Casa, a deliberação da comissão a respeito da matéria é considerada conclusiva, ou seja, o PL não precisa ser encaminhado para discussão em plenário, a não ser em caso de apresentação de recursos.

 

Mas a oposição já começa a trabalhar no sentido de estender o trâmite do projeto. O deputado Weverton Rocha (PDT-MA), por exemplo, apresentou um requerimento à comissão solicitando que o PL seja discutido também em plenário.

Fonte: Brasil de fato

Compartilhe

Mais resultados...

Generic selectors
Apenas pesquisar exatas
Pesquisar no título
Pesquisar no conteúdo
Post Type Selectors

Receba notícias de interesse da categoria!

Informação confiável é no Sindicato, cadastre-se para receber informações!

O SEEB Santos e Região foi fundado em 11/01/1933. As cidades da base são: Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande, São Vicente, Santos, Cubatão, Guarujá e Bertioga. O Sindicato é filiado à Intersindical e a Federação Sindical Mundial (FSM).

  ACESSAR EMAIL

Fale Conosco

2022 | Permitida a reprodução desde que citada a fonte.

Licença Creative Commons