Acúmulo de funções, falta de pessoal, metas, falta de condições de trabalho, equipamentos e, agora, termo de aceite sofrem os empregados da Caixa
Não bastasse a sobrecarga diária nas agências da Caixa, os empregados e empregadas agora estão enfrentando problemas no atendimento de usuários do aplicativo Caixa Tem.
Muitos deles têm dificuldades com o uso da tecnologia e por isso não têm conseguido gerar o código de autorização de saques pelo app. Assim, pedem auxílio aos empregados, que liberam o saque pelas agências. Acontece que esse processo demanda que o bancário faça a digitalização dos documentos do cliente, o que gera outro entrave: o sistema de digitalização do banco está lento e resulta em erro no upload do documento, não finalizando o processo ou gerando várias tentativas até que se complete.
Para piorar a situação, desde esta segunda-feira 11, a Caixa instituiu um Termo de Aceite de Responsabilidade, que deve ser assinado pelo empregado antes de liberar o saque, declarando que houve a digitalização dos documentos de identificação e da assinatura do usuário – o que por conta da lentidão do sistema demanda tempo excessivo, muitas vezes impedindo que seja realizado antes da assinatura do Termo – e, num segundo campo, declarando saber que, caso isso não tenha sido cumprido, está sujeito à apuração de responsabilidade.
Pressão constante
E os empregados em agências lotadas, com poucos funcionários e com o sistema lento e ineficiente sentem-se ainda mais pressionados. “Não há equipamentos, a Caixa não dá condições de trabalho e ainda os ameaça com processos disciplinares, a população pressiona com razão porque tem que esperar ainda mais tempo para o atendimento”, dizem os empregados.
“A Caixa é um banco público, que lida com programas sociais e presta um atendimento importante para a parcela da população menos favorecida, excluída dos demais bancos. Esse é um papel fundamental da instituição, mas precisa de admissão de mais trabalhadores para o atendimento ao público, já que muitos empregados das agencias não atendem a população porque precisam bater as metas abusivas do Conquiste”, afirmam os sindicalistas.