O resultado é fruto de fechamento de agências, demissões e pressão por metas impossíveis
O Bradesco teve lucro líquido recorrente de R$ 5,86 bilhões no primeiro trimestre, uma alta de 39,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Tudo fruto de estratégia de enxugamento de rede de agências, que encerrou com 2.284 unidades, de 2.704 ao final de março do ano passado. As unidades de negócios somaram 721 e os pontos de atendimento ficaram em 2.276, também mostrando reduções na comparação anual.
“Demissões que acarretam acúmulo de funções, pressão por metas, ambiente de trabalho precário, doenças psicológicas nos funcionários e falta de valorização do trabalho dos bancários responsáveis pelo lucro bilionário”, afirma Ednilson Santos, dirigente sindical dos Bancários de Santos e Região e bancário do Bradesco.
Os números ficaram acima da média das previsões de analistas compiladas pela Lseg, que apontava lucro de R$ 5,47 bilhões. Em relação ao quarto trimestre do ano passado, o resultado dos primeiros três meses do ano representou uma expansão de 8,6%.
O retorno anualizado sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) ficou em 14,4%, de 10,2% um ano antes.
Ao final de março, a carteira de crédito do Bradesco somava R$ 1,005 trilhão, aumento de 12,9% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 2,4% frente ao final de 2024. Na base anual, pessoa física mostrou expansão de 16,2%, enquanto na pessoa jurídica houve acréscimo de 10,6%.
A despesa de provisão com perdas esperadas somou R$8,379 bilhões no primeiro trimestre, queda de 0,7% em relação aos mesmos meses de 2024, mas aumento de 2,3% frente ao trimestre imediatamente anterior. A receita com recuperação de créditos cresceu 18,1% ano a ano e 1,4% no trimestre.
Compromisso com o emprego
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco se reuniu com a direção do banco terça-feira (6), na sede da instituição, na Cidade de Deus, em Osasco (SP), para debater temas como diversidade, segmentação, fechamento de unidades, emprego e condições de trabalho.
A coordenadora da COE, Erica de Oliveira, reforça que a defesa do emprego é prioridade para o movimento sindical. Os Sindicatos de bancários do Brasil inteiro está muito preocupado com o fechamento de locais de trabalho e isso não pode se refletir no emprego dos bancários.
